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Dona de uma trajetória plural, transitando em todos os níveis da educação brasileira, a professora aposentada Lisete Regina Gomes Arelaro, da Faculdade de Educação (FE) da USP, teve o seu trabalho duplamente reconhecido e homenageado neste mês. A professora recebeu o título de Emérita da FE e teve sua trajetória revisitada no livro Escritos sobre políticas públicas em educação, disponível no Portal de Livros Abertos da USP.
A publicação tem 11 textos da autoria de Lisete, que discutem a situação do ensino fundamental no Brasil, a municipalização do ensino em São Paulo e apresenta, pelo menos, três diagnósticos sobre as políticas públicas voltadas à educação, com especial ênfase na participação social. Muitos destes processos protagonizados pela própria autora.
Com análises de parte da obra de Paulo Freire – o patrono da educação brasileira, com quem Lisete trabalhou e compartilhou a amizade -, o livro explora a costura entre sua carreira acadêmica, luta social e atuação política. Também há um álbum de fotos com imagens da trajetória da professora, em sala de aula, em atividades públicas, como quando concorreu ao Governo de São Paulo, e também em família.
O livro Escritos sobre políticas públicas em educação foi coordenado pelo professor Rogério de Almeida e tem prefácio de Sonia Maria Portella Kruppa, ambos da FE (clique aqui para ler o e-book).
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Sonho e realidade
Pedagoga e doutora em educação, Lisete começou sua atuação na USP em 1968, quando ingressou no mestrado. Durante o doutoramento, passou a integrar o quadro de docentes da FE no primeiro processo seletivo público para professores da unidade.
Lisete alcançou o mais alto grau de projeção no exercício de sua atividade acadêmica ao receber o título de Professora Emérita da Faculdade de Educação na última sexta, dia 18 de junho. Participaram da cerimônia o reitor da USP, Vahan Agopyan; o diretor da FE, Marcos Garcia Neira; o vice-diretor, Vinício de Macedo Santos; a chefe do Departamento de Administração Escolar, Carmen Sylvia Vidigal Moraes, e a professora Sonia Maria Portella Kruppa.“Em sua carreira, a professora Lisete trabalhou para transformar o sonho em realidade. Ela não apenas defendeu suas ideias, mas colocou-as em prática, assumindo responsabilidades e tarefas muitas vezes desgastantes. Pessoas como ela fazem a diferença na Universidade e esse reconhecimento dos colegas mostra que sua luta encantou, agrupou as pessoas e germinou nos novos docentes que estão vindo”, afirmou o reitor Vahan Agopyan.
A cerimônia contou, ainda, com mensagens enviadas por admiradores de Lisete, entre eles, a professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Marilena Chauí. A coordenadora nacional do Movimento Sem Terra, Kellli Mafort, destacou a importância da luta de Lisete em favor do envolvimento das crianças no pensamento político, “que não é exclusivo dos adultos”, lembrou. O filósofo Mario Sergio Cortella lembrou que Paulo Freire se referia à professora como “essa Lisete!”, sempre após suas falas. Cortella disse que “essa Lisete” é uma pessoa solidária, acadêmica e de relevância social.
Assista, a seguir, à íntegra da cerimônia.