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Os atletas da equipe olímpica de judô do Brasil que estarão nos jogos em Paris tiveram a ajuda de uma tecnologia desenvolvida na USP e adotada pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ). O software iSports usa matemática para detectar talentos esportivos e foi desenvolvido por pesquisadores do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) sediado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP em São Carlos, com investimentos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
O software é baseado em modelos estatísticos e foi criado para ser uma espécie de “olheiro” esportivo, inicialmente aplicado no futebol. O programa realiza testes e armazena resultados físicos e técnicos, gerando gráficos, tabelas e parâmetros que permitem aos profissionais da modalidade analisar os dados e interpretá-los, sendo uma ferramenta de auxílio para verificar o desempenho dos atletas.
“O iSports pode ser usado para identificar, de forma mais objetiva, atletas que têm um desempenho acima da média dentro de um grupo e, assim, descobrir talentos”, explica um dos criadores da ferramenta virtual, Francisco Louzada Neto, professor do ICMC e Coordenador de Transferência de Tecnologia do CeMEAI.
O projeto chamou a atenção de lideranças brasileiras esportivas de outras modalidades e, em 2020, foi criado o iSports Judô, com adaptações nas variáveis coletadas para as análises dos atletas.
Um dos responsáveis pela aplicação da pesquisa na CBJ foi o professor Leandro Carlos Mazzei, bacharel e doutor pela Escola de Educação Física e Esporte (EEFE), que atua na Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O trabalho teve sucesso e, em 2022, recebeu o prêmio de Esporte Inovação no Congresso Olímpico Brasileiro. “A ferramenta ajudou a monitorar alguns atletas que estão em Paris representando o judô brasileiro”, explica Mazzei, que viajará junto aos embaixadores do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para a competição.
Ainda, segundo o professor, o iSports contribuiu com a melhoria das informações de desempenho, incluindo testes de força, velocidade e resistência. “O CeMEAI adaptou muito bem o software para as necessidades do judô e reuniu uma equipe multidisciplinar de profissionais. Vamos continuar usando a tecnologia porque, ao final do ciclo de competições de Paris, já estaremos pensando em Los Angeles. Sabemos que a ferramenta tem todas as condições de contribuir com outras modalidades e com a evolução tecnológica do esporte brasileiro”, destacou.
Para Louzada, a aplicação do software demonstra a importância do desenvolvimento de produtos acadêmicos voltados à comunidade. “Esses feedbacks também nos dão um estímulo muito grande para continuarmos nossa luta em oferecer inteligência às entidades nacionais que regulam o esporte e que primam por um esporte de qualidade que possa ser mensurado com precisão”, concluiu.
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Texto adaptado de Raquel Vieira, da Assessoria de Comunicação do CeMEAI
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