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Estimular meninas do ensino fundamental a participar de atividades da área da computação e, quem sabe, um dia ser uma profissional nesse campo. Um grupo de universitárias da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, em São Paulo, busca inspirar as jovens através dos próprios exemplos.
Elas são estudantes do curso de Sistemas de Informação e organizam visitas a escolas públicas da zona leste da capital paulista. A proposta é levar dinâmicas focadas em computação e apresentar histórias de grandes mulheres da área.
O nome do projeto é inspirado em uma dessas grandes mulheres: Grace Hopper. A matemática, cientista da computação e almirante da Marinha dos Estados Unidos foi responsável pelo surgimento do primeiro compilador para linguagens de programação. Isso levou ao surgimento do Cobol, a primeira linguagem de programação que se aproxima da linguagem humana, ao invés da linguagem de máquina. É também considerada a autora do termo “bug”, utilizado para caracterizar uma falha em códigos de programação.
Desde 2017, quando foi criado, o Garotas em Computação e Empreendedorismo (Grace) atua para reduzir a disparidade entre os gêneros nos cursos de computação. As estudantes do sexo feminino ainda são minoria nessa área do conhecimento.
“As atividades que desenvolvemos são de computação desplugada. Nós falamos de conceitos de computação sem usar o computador. Todas as atividades são lúdicas e bem ativas”, explica Laís Carraro, integrante do Grace e estudante do quarto semestre de Sistemas de Informação.
Uma das atividades envolve, por exemplo, operações simples de matemática dispostas em um painel em formato de quebra-cabeça. Após serem resolvidas pelas garotas, as operações formam imagens, introduzindo o conceito de como são formadas as imagens no computador, ou seja, os pixels. O pixel é a menor unidade que forma uma imagem digital, sendo que um conjunto de pixels com várias cores forma a imagem inteira.
Júlia Passos está no quarto semestre de Sistemas de Informação da USP. O que ela mais gosta no projeto é que, nas visitas, ocorre o despertar do interesse das garotas. “Como não explicamos a atividade no início, as meninas não sabem exatamente qual é o objetivo daquilo que estão fazendo. Elas só descobrem no final da atividade e se surpreendem ao ver a imagem formada. No final de cada visita, sempre tem, pelo menos, uma menina que vem perguntar mais informações para nós sobre a carreira, que realmente ficou interessada. Essa é a melhor parte para mim.”
Atualmente, o projeto possui uma co-coordenação realizada pelos professores Marcelo Medeiros Eler e Sarajane Marques Peres, da EACH. Ela destaca que as estudantes são as protagonistas do projeto, mas há poio de alguns alunos.
De acordo com a professora, eventualmente, ex-alunos do curso ajudam nas visitas. “Acho superlegal quando ex-alunas e ex-alunos voltam para a Universidade para nos ajudar voluntariamente.”
As estudantes do Grace têm planos de crescer e expandir, a ideia é que as visitas sejam expandidas para turmas do ensino médio. E, a partir de 2020, trabalhar temas de empreendedorismo com alunas de todos os cursos de graduação da EACH.
Você gostaria de levar o Grace para sua escola? É fácil, basta preencher o formulário de contato no site do projeto ou acessar o Instagram para agendar uma visita.
E quem estuda na USP e quer participar do projeto, a ajuda é sempre bem-vinda. É só entrar em contato por meio do site ou Instagram. A estudante pode estar matriculada em qualquer semestre de Sistemas de Informação e até mesmo cursar outra graduação.
Com informações da Assessoria da EACH