Projeto utiliza IA para potencializar gestão da educação básica

Plataforma desenvolvida por estudantes da Poli pretende auxiliar escolas públicas a destinar recursos financeiros para áreas estratégicas e melhorar desempenho dos estudantes no vestibular

 Publicado: 23/04/2024

Texto: Redação

Arte: Simone Gomes

O projeto busca apontar um principal potencial de melhoria nas escolas – Foto: Elza Fiúza/Agência Brasília via Fotos Públicas/CC BY-NC 2.0

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O projeto em questão é o educ.AI, premiado na Brazil Conference, evento organizado por alunos brasileiros que estudam nas Universidades de Harvard e Massachusetts Institute of Technology (MIT). Os fundadores são três estudantes da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo. Dos três, duas vieram falar sobre a iniciativa, Yasmin Feitosa e Giovana Dovich.

Por ambas terem experiências com o ensino público e seus desafios, o objetivo da plataforma é “auxiliar escolas públicas a administrar o seu orçamento de maneira a contribuir para a melhora da performance dos alunos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio)”, como menciona Yasmin em seu texto para a Poli.

A educ.AI usa duas bases de dados abertas ao público, uma do Ministério da Educação e outra do Censo das Escolas da Educação Básica do Brasil. O grupo as usou para cruzar informações e entender quais especificidades afetaram mais o desempenho dos estudantes. Informações da estrutura das escolas, como quantidade de professores, acessibilidade e transporte são levadas em consideração para compreender seu impacto no desempenho dos alunos.

Essa análise, no entanto, seria de extrema complexidade se feita manualmente. Por isso, elas usam a inteligência artificial e o machine learning, técnica em que a máquina pode se desenvolver por conta própria ao longo do processo, para obter conclusões mais precisas, como comenta Yasmin.

Yasmim Feitosa - Foto: Linkedin

Objetivo

O projeto busca, em suma, apontar um principal potencial de melhoria nas escolas. Como comenta Yasmin, o educ.AI procura “entender o impacto de cada característica da escola; quais são as prioridades e quais investimentos vão ter o melhor retorno e o desempenho dos estudantes de cada escola pública”.

A partir disso, as escolas poderão se planejar com base em dados e maximizar os retornos dos investimentos, fazendo o melhor uso possível do orçamento público. A meta a longo prazo, como afirma Yasmin, é “diminuir a discrepância que existe entre ensino público e privado, tornar a universidade cada vez mais acessível para pessoas que estudaram a vida toda em escola pública”.

O uso de inteligência artificial, do ponto de vista delas, é um caminho com grande potencial para atingir esses objetivos. Giovana afirma que “não tem como frear a inteligência artificial agora”, se referindo aos impactos inevitáveis e cada vez maiores que essa ferramenta terá. O educ.AI, então, quer “utilizar essa tecnologia da melhor maneira possível”.

Giovana Dovich - Foto: Poli/USP


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