Blog

A preocupação com a possibilidade da Anvisa aprovar a regulamentação do cigarro eletrônico no Brasil fez João Paulo Lotufo se dirigir a Brasília para participar de um fórum no Conselho Federal de Medicina. Lotufo cita dados segundo os quais 10% dos homens já experimentaram o cigarro eletrônico, percentual que cai para 4,8% no caso das mulheres, “mas entre os jovens de 18 a 24 anos, 19.7% já experimentaram o cigarro eletrônico, ou seja,  um a cada cinco jovens de 18 a 24 anos usa cigarro eletrônico no Brasil. O pessoal faz vaquinha para comprar cigarro eletrônico, o consumo é comum entre grupos de estudantes, eles não entendem que tem nicotina e o mal que faz para a saúde, apenas cumprem uma moda”.

O colunista recorda que, desde 2009, por meio da RDC número 46 de 28 de agosto, a Anvisa proibiu a comercialização, importação e propaganda dos cigarros eletrônicos e, em julho de 2022, por votação unânime, a agência aprovou relatório confirmando essa decisão, “mas a indústria tabaqueira fica insistindo e novamente isso está na mão da Anvisa. O que a gente sabe é que vem aumentando a experimentação de cigarros eletrônicos. Em 2019 eram 3,6% da população e hoje são 5.9%. Por outro lado, a apreensão de cigarros eletrônicos aumentou muito: em 2022, mais de um milhão de apreensões de cigarro eletrônico, mas isso ainda é muito pouco no nosso meio”.

Mais uma vez, o colunista adverte para os perigos representados à saúde pelo consumo desse tipo de dispositivo: “Sabemos que lesões pulmonares graves são causadas por esse tipo de uso do cigarro eletrônico, todo mundo já tem noção do mal que ele faz, e um processo inflamatório pulmonar agudo resulta num colapso alveolar e comprometimento grave da troca gasosa, e aí o indivíduo vai ter uma insuficiência respiratória bastante importante. No Brasil, estamos aguardando agora, em 2024, o que vai acontecer, mas, independente disso, saiba que o  cigarro eletrônico faz mal à saúde tanto ou mais do que o cigarro normal”.

.