Em artigo publicado em 5 de junho na revista Nature, cientistas relataram que camundongos machos alimentados com alto teor de gordura geraram descendes do sexo masculino com maior prevalência de doenças metabólicas. O mesmo padrão foi observado em humanos, em pais com alto IMC (índice de massa corporal).
Os resultados fazem parte de uma pesquisa realizada com três grupos desses animais. O primeiro foi alimentado com alto teor de gordura por duas semanas e a concepção aconteceu em seguida. No segundo grupo, os camundongos receberam, por duas semanas, uma dieta rica em gordura, mas os espermatozoides maduros foram retirados e, em seguida, os animais foram alimentados com alimentos pobres em gordura por quatro semanas antes da concepção. Já o terceiro grupo (controle) recebeu uma dieta pobre em gordura.
Os pesquisadores observaram que, no primeiro grupo, cerca de 30% dos filhotes machos tinham doenças metabólicas, como diabete e resistência à insulina. “Nos outros dois grupos não se observou um aumento de doenças metabólicas nos descendentes, o que sugere que a dieta rica em gordura não alterou as espermatogônias, isto é, as células que formam os espermatozoides maduros”, explica Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos sobre o Genoma Humano e Células-Tronco da USP.
As possíveis explicações para esses resultados e o que os cientistas observaram em humanos são relatados pela geneticista na edição de hoje (13).
Decodificando o DNA
A coluna Decodificando o DNA, com a professora Mayana Zatz, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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