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Até que ponto o jornal The Washington Post pode ser considerado independente editorialmente? O professor Carlos Eduardo Lins da Silva coloca essa questão em razão de o jornal ser, desde 2013, de propriedade do bilionário Jeff Bezos, dono da Amazon. O Post, diz o colunista, sempre teve a reputação de ser um jornal independente, mas agora indaga-se se a publicação continuará nesse rumo. Lins da Silva afirma que o jornal não mudou sua linha editorial nos últimos dez anos, e uma das razões talvez seja o fato de Bezos nunca ter demonstrado interesse pela área editorial do Post. No entanto, isso pode mudar. “Um homem que é tão rico e que tem interesse em tantas áreas da economia, será que ele nunca irá querer fazer com que o jornal defenda os seus interesses pessoais ou empresariais?”, questiona o colunista.

Para Lins da Silva, isso ficou ainda mais complicado a partir de maio deste ano, quando Bezos começou a enviar mensagens de oposição ao presidente dos EUA, Joe Biden. O colunista teme que haja uma autocensura pelos próprios jornalistas do Post, que passariam, ainda que inconscientemente, a moderar as suas reportagens, de acordo com os interesses do patrão, como também poderiam passar a serem vistos como defensores da opinião de Bezos. Em ambos os casos, a suspeita sobre o The Washington Post paira no ar. Há, porém, formas de fazer com que a publicação se torne independente e aqui Lins da Silva explica como isso pode ser feito, a partir da experiência vivida pela Revista Piauí. Para o colunista, se Bezos realmente pretende assegurar a independência editorial de um dos maiores jornais dos EUA, até um futuro indeterminado, deve se valer de mecanismos que lhe possam garantir essa condição.

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