Jair Bolsonaro indicou recentemente o desembargador Kassio Nunes Marques para assumir a vaga de Celso de Mello no Supremo Tribunal Federal (STF). Mello optou por antecipar a aposentadoria e, assim, a vaga de ministro ficou disponível. A indicação não garante a vaga para Marques, já que ele ainda terá que passar por uma sabatina no Senado Federal, além de ter o nome aprovado pela maioria dos senadores, conforme indicado na Constituição Federal.
“Eu acho que essa indicação do desembargador Kassio Nunes para ocupar a vaga de Celso de Mello no STF corresponde a uma continuidade daquilo que vem acontecendo desde meados de junho, quando o presidente Bolsonaro visivelmente mudou de orientação”, comenta o colunista. Singer relembra que, em março deste ano, Bolsonaro ainda participava de manifestações que, inclusive, pediam o fechamento do STF e do Congresso Nacional. A mudança, principalmente verbal e retórica, ocorreu quando o ex-PM Fabrício Queiroz foi preso em junho, se concretizando agora em um ato de pacificação com o STF.
Além desse sentido pacificador, Singer explica que pode haver outro motivo importante para essa indicação: a defesa da família Bolsonaro. “Claro que pode haver também, nessa decisão da indicação do desembargador Kassio Nunes, uma tentativa de trazer alguém garantista e que poderia, eventualmente, proteger a ele próprio, o presidente da República, e sua família em acusações que pesam, sobretudo, no Rio de Janeiro”, conclui Singer.
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Poder e Contrapoder
A coluna Poder e Contrapoder, com o professor André Singer, no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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