Na coluna desta semana, sua primeira do ano, o professor Bruno Bedo aborda como o treinamento de força pode moldar a estratégia de ritmo e melhorar o desempenho em corridas de longa distância. A estratégia de ritmo, essencial para o sucesso, envolve a gestão inteligente da velocidade e do gasto energético para evitar a fadiga precoce, frequentemente guiada pela percepção de esforço do atleta. Pesquisas sugerem que essa estratégia é influenciada por sinais do sistema fisiológico e neuromuscular. O treinamento de força, ao aprimorar a força explosiva e o recrutamento muscular, pode permitir aos atletas sustentar velocidades mais altas, particularmente nos estágios finais da corrida. Um estudo realizado na Escola de Educação Física e Esporte, sob orientação do professor Rômulo Bertuzzi, focou nessa relação, examinando como o treinamento de força afeta as características neuromusculares e a estratégia de ritmo em corredores durante um teste de 10 km.
Segundo o professor Bedo, o programa de treinamento de força, que variou de três a dez repetições máximas (RM) ao longo de oito semanas, levou a uma melhora notável na capacidade de sprint final dos corredores em um teste de 10 km. Isso sugere que esse tipo de treinamento pode diminuir a fadiga periférica e elevar o desempenho geral, apontando para o impacto das adaptações neuromusculares na habilidade dos atletas de sustentar altas intensidades nas etapas finais de corridas de longa distância. Esses resultados são valiosos para atletas e treinadores focados em aprimorar a resistência e o desempenho em provas de longa distância, sugerindo que o treinamento de força pode otimizar o recrutamento muscular e diminuir a fadiga nas fases críticas da corrida.
Ciência e Esporte
A coluna Ciência e Esporte, com o professor Bruno Bedo, vai ao ar toda sexta-feira às 10h00, na Rádio USP (São Paulo 93,7 FM; Ribeirão Preto 107,9 FM) e também no Youtube, com produção do Jornal da USP e TV USP.
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