Cigarros eletrônicos são um risco se transportados em voos

Proibidos em viagens internacionais, o produto é liberado como bagagem de mão em voos nacionais

 29/07/2024 - Publicado há 4 meses

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Na coluna desta semana, João Paulo Lotufo comenta sobre a liberação do transporte de cigarros eletrônicos nos voos nacionais. 

Esta semana nós tivemos uma live com o dr. Paulo Roberto Pereira, que trabalha com os jovens e também o dr. Gonçalo Vecina, que foi fundador da Anvisa e da saúde pública da Universidade de São Paulo. E ficou claro ali que nós temos que aumentar o conhecimento sobre o risco das drogas na nossa população. Ao mesmo tempo, esta semana tivemos uma notícia que a Anac, que proíbe o transporte de vape em voos internacionais, libera no voo doméstico. Ela anunciou que o embarque de dispositivos eletrônicos para fumar, os famosos DEFs, de acordo com a última resolução da Anvisa e Anac, os dispositivos de uso próprio em voos nacionais não se configuram como importação ou transporte de produto. Por isso, desde que sejam para o uso pessoal, eles podem ser transportados como bagagem de mão. E, ao mesmo tempo, restringiu o ingresso no País desses dispositivos trazidos por viajantes em suas bagagens, provenientes de voos com origem no exterior, ou seja, você não pode trazer cigarro eletrônico do exterior, mas você pode viajar com o cigarro eletrônico dentro dos aviões aqui no Brasil. 

O grande risco dessa história é que há casos de explosão de cigarro eletrônico a bordo e já vimos vários casos de explosão de cigarro eletrônico em pessoas que estão utilizando cigarro eletrônico e isso seria um risco também para a aviação. Agora eu pergunto, como é que a gente pode autorizar o transporte de uma coisa que não pode ser produzida no País, não pode ser transportada de fora para dentro do País, mas a gente pode transitar com ela aqui dentro? Então são coisas que dificultam o entendimento e coisas que levam o jovem a pensar que esse tipo de coisa não faz mal à saúde. 

Ao mesmo tempo, temos no STF a aprovação do transporte de 40 gramas de maconha como sendo uma coisa permitida. Por que 40 gramas? E não 10 ou 20, ou menos que isso. Então são medidas que a gente não tem o entendimento real do porquê, ou enfim, bastante difícil de entender. Imagine isso na cabeça de um jovem onde essas permissões são motivos da perda do medo do uso da droga.

O nosso trabalho vai ser sempre aumentar o conhecimento do risco das drogas, do risco da maconha e excesso de álcool, que lesa o cérebro do adolescente, ele não vai ter essa percepção, mas lá para frente isso vai aparecer. E o cigarro eletrônico que vem sendo utilizado pela juventude. A gente tem que ampliar o conhecimento que as doença relacionadas ao tabaco estão aparecendo mais cedo e também doenças novas como o processo inflamatório causado pelo cigarro eletrônico estão aparecendo mais cedo. Abra os olhos, discuta com seus filhos, discutam os seus alunos, discutam com seus pacientes e participem do aconselhamento breve sobre drogas lícitas ou ilícitas porque mensagens curtas são as mais eficazes se forem feitas, diariamente ou semanalmente, como queiram. Um grande abraço do Dr. Bartô.


Dr. Bartô e os Doutores da Saúde
A coluna Dr. Bartô e os Doutores da Saúde, com o professor João Paulo Lotufo, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.

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