Uma pesquisa publicada recentemente na revista Nature mostrou que camundongos submetidos à redução calórica e ao jejum intermitente apresentaram redução da gordura corporal e dos níveis de açúcar no sangue. Apesar disso, os animais que perderam mais peso com a dieta morreram mais cedo do que aqueles que tinham perdido pouco peso.
“A conclusão mais interessante, na minha opinião, é a que sugere que a longevidade é uma característica herdada e que a genética tem uma influência maior na expectativa de vida do que a restrição calórica”, explica Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da USP.
Um artigo publicado em agosto, também na revista Nature, discutiu os prós e contras do jejum intermitente. Os autores sugerem que dietas baseadas em restrição calórica e intervalos grandes entre as refeições podem aumentar o risco de tumores.
“São necessários mais estudos para determinar o que realmente importa para aumentar a expectativa de vida”, alerta Mayana Zatz. “Além disso, é preciso cuidado ao extrapolar resultados de camundongos para seres humanos”, conclui.
Decodificando o DNA
A coluna Decodificando o DNA, com a professora Mayana Zatz, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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