Brasil melhora posição no ranking que avalia a liberdade de imprensa no mundo

O Chile também melhorou sua posição no ranking do Repórteres sem Fronteiras, ao passo que Argentina e Equador vivem uma situação contrária, sobretudo devido ao contexto político, diz Carlos Eduardo Lins da Silva

 13/05/2024 - Publicado há 2 meses

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O último relatório do Repórteres sem Fronteiras mostra uma deterioração da liberdade de imprensa na Argentina e no Equador e uma melhora no Brasil e no Chile. O professor Carlos Eduardo Lins da Silva acusa uma preocupação diante desse relatório, datado de 2024, que aponta que 75% dos 180 países avaliados pelo Repórteres sem Fronteiras possuem condições ruins para o exercício do jornalismo. Em relação aos casos de Argentina e Equador, o colunista atribui o quadro à deterioração das condições políticas ocorridas nos dois países. No ranking, Cuba, Nicarágua e Venezuela se destacam com más pontuações entre as nações da América Latina. A boa notícia é a melhor pontuação que coube ao Brasil (82º lugar), que subiu dez posições no ranking, enquanto o Chile galgou 31 posições. A questão política também teve aí sua cota de importância, de acordo com Lins da Silva. “Em todo caso”, diz ele, “a situação na América Latina não é muito boa”.

Israel é outro ponto a ser destacado de forma negativa pelo colunista, principalmente devido ao conflito mantido contra o grupo terrorista Hamas. “O número de mortes pelo exército israelense, de jornalistas, tem sido terrível desde o início da guerra em Gaza. Pelo menos uma centena de jornalistas palestinos foram mortos no território de Gaza nesse período de duzentos e poucos dias que dura a guerra”, uma situação que se tornou ainda mais complicada a partir do momento em que o governo israelense fechou as instalações da rede Al Jazeera em Israel, “o que é um erro, além de agressão à liberdade de expressão, é um erro político inacreditável, porque o Al Jazeera é o veículo de comunicação que tem maior visibilidade no mundo árabe todo”. Mas a queda no ranking do Repórteres sem Fronteiras atinge também os Estados Unidos, que continuam despencando, agora aparecendo em 55º lugar, um país, conforme lembra o colunista, que sempre foi considerado o berço da liberdade de imprensa e o berço das garantias da liberdade de expressão. “Isso vem ocorrendo desde o início do governo Trump, porque não só no governo, mas fora do governo, o trumpismo e os aliados do presidente Trump são uma força deletéria para a liberdade de expressão e para o exercício do jornalismo. A única esperança que nos resta é que, nas várias eleições que estão ocorrendo no mundo este ano, outras tendências políticas, que não o populismo de direita, como são Trump, Milei e outros, ganhem essas eleições”, constata o colunista.


Horizontes do Jornalismo
A coluna Horizontes do Jornalismo, com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção  da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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