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“O que antes era um indicativo agora ficou evidente. Alucinações e psicopatias que assombravam as nossas políticas públicas, em particular na cultura, hoje conduzem essas políticas públicas na Federação. É uma tragédia”, observa Martin Grossmann em sua coluna Na Cultura o Centro Está em Toda Parte, da Rádio USP (93,7 MHz, clique e ouça o player acima).

Grossmann relaciona alguns fatos que são uma provocação à cultura, história e cidadania dos brasileiros. Cita a atitude de Sérgio Nascimento de Camargo, o novo presidente da Fundação Palmares, que se posiciona como “negro de direita”. “Esta instituição foi criada no dia 22 de agosto de 1988 e está voltada à promoção e preservação de valores culturais, históricos e sociais e econômicos decorrentes da influência negra na sociedade brasileira.”

Grossmann protesta: “O que Sérgio Nascimento de Camargo diz é que racismo real existe nos Estados Unidos. Ele afirma que a negrada daqui reclama porque é imbecil e desinformada pela esquerda. É contra o Dia da Consciência Negra. E diz que o próprio Zumbi dos Palmares, cuja fundação leva seu nome, é um falso herói dos negros”. Os absurdos, segundo o colunista, não param por aí. Cita a posição de Dante Mantovani, presidente da Fundação Nacional de Artes – Funarte, que tem, desde a sua criação, em 1975, objetivo de promover e incentivar a produção, a prática, o desenvolvimento das artes no Brasil.  “O novo presidente declarou que o rock ativa a droga, o sexo e que a indústria do aborto é a responsável pelo satanismo.”

Martin Grossmann destaca a importância de pensar o Brasil para o futuro: “O que se está colocando aqui é uma posição de uma visão simplista e autocrática da realidade. O atual governo tem uma aversão à complexidade. E com isso fica evidente uma incapacidade de exercitar a transcendência. Quando pensamos em cultura e arte não pensamos só o aqui e agora. Nós nos relacionamos com a história e também é o momento para refletirmos sobre os futuros possíveis”.

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