Uma pesquisa mostrou que nove entre dez jornalistas usam as mídias sociais profissionalmente, com preferência pelo Twitter. Segundo o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, essa preferência pelo Twitter não se dá apenas nos EUA, onde a pesquisa foi realizada, mas também no Brasil, embora não se tenha confirmação oficial a respeito. Na opinião do colunista, isso talvez se deva ao fato de o Twitter permitir ao jornalista não só atingir novas audiências, mas também novas fontes, por mais tênues que possam ser quanto às relações antes existentes entre o profissional de imprensa e sua fonte. “O problema é que o Twitter também é uma rede que estimula respostas rápidas e permite a retuitagem, que é você mandar um tweet que você recebeu para todos os da sua rede, e muitas vezes isso causa confusão”, como já aconteceu, por exemplo, com o The Washington Post, o que acabou gerando demissões.
Embora existam regras para ditar o comportamento dos jornalistas nas redes, são muito subjetivas. Além do mais, Lins da Silva aponta uma incoerência que considera essencial entre os veículos e seus profissionais – estes são estimulados a usar as redes sociais, mas sempre existe o risco de que coloquem a marca do veículo em risco. “Mas essa contradição essencial não se resolve, porque os veículos têm medo e não querem que os jornalistas coloquem em risco a marca do veículo, mas, ao mesmo tempo, precisam desse tráfego nas redes sociais, para poder ter a sua marca mais apreciada e por mais pessoas. A questão é meio insolúvel.”
Horizontes do Jornalismo
A coluna Horizontes do Jornalismo, com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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