Cada vez mais, cientistas têm alertado sobre como certas atividades humanas podem ser as responsáveis pela elevação nos níveis atmosféricos dos chamados gases do efeito estufa. Para o Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física (IF) da USP e membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, “o mundo hoje está enfrentando uma crise muito séria que pode colocar em risco a estabilidade climática do nosso planeta como um todo”.
No centro dessa crise estão os gases estufa, substâncias gasosas que absorvem parte da radiação infravermelha, emitidas principalmente pela superfície da Terra e que dificultam o seu escape para o espaço. Mesmo que esses gases sejam essenciais para manter o planeta aquecido e garantir a nossa vida aqui na Terra, seu excesso pode aumentar a temperatura do planeta e causar grandes estragos. Um deles é o CO2, também conhecido como gás carbônico, cada vez mais presente na atmosfera por causa da queima de combustíveis fósseis e do desmatamento de florestas.
Em vista disso, nos Estados Unidos, o cientista climático da Universidade de Harvard David Keith calculou que máquinas poderiam, em teoria, remover gás carbônico da atmosfera através de uma abordagem conhecida como “captura direta de ar”. E remover parte desse CO2 da nossa atmosfera pode ser uma das últimas formas viáveis de impedir uma mudança climática catastrófica.
Para Artaxo, esse tipo de tecnologia de geoengenharia, capaz de mitigar os efeitos adversos do aquecimento global, pode ser uma aliada no combate às mudanças climáticas.
No entanto, ele defende que a ciência ainda precisa conhecer e investigar com cuidado todas as possíveis alternativas de controle da mudança do clima. “As técnicas de geoengenharia têm riscos enormes para a estabilidade climática; entretanto, esses riscos são muito pouco avaliados até o momento, por isso precisamos de mais ciência para conhecer e avaliar esses riscos associados”, pontua.
Ouça a matéria completa acima.
Para receber atualizações com novos episódios, assine o feed do podcast Momento Tecnologia. Estamos também no Spotify, no iTunes, Google Podcasts, entre outros apps.