As políticas públicas influenciam toda a sociedade e, com a eleição de um novo presidente, é importante analisar os planos para o próximo governo.
“Você vai tem que vencer a transição, ela fornecerá dados mais rapidamente e o próximo governo terá em mãos o estado real da máquina que está, em termos de orçamento, quebrada”, analisa José Luiz Portella, doutor em História Econômica pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da USP.
O atual presidente Jair Messias Bolsonaro não conseguiu a reeleição. Luiz Inácio Lula da Silva é o presidente eleito. Para Portella, a retórica é uma parte fácil, mas a formulação de um bom projeto é difícil.
“Os programas do presidente eleito são programas genéricos. Ele vai ter que reorganizar alguns programas, vai voltar a ter Bolsa Família, talvez tenham mudanças pequenas e outras vão ter que ser do zero. Mas ele já devia ter planejado, porque ele sabia o que ia encontrar, mas, como a briga eleitoral foi muito pesada, ambos se concentraram no ataque ao outro e dividiram o País”, acrescenta Portella.
“Esperar que em 2023 seja um ano de adequação, não pode se colocar toda a expectativa”, pontua o pesquisador. Ele considera que a administração do orçamento federal, feita pelo atual ministro da Economia, Paulo Guedes, foi uma das piores. Além disso, a mudança total da equipe profissional fará de 2023 um ano difícil.
A eleição acirrada também acrescenta a grande oposição como um ponto importante na logística do próximo governo, como comenta Portella: “Como metade do País está contra, logo que passarem seis meses e o governo não vai poder entregar, por tudo isso que nós falamos, vai começar uma oposição forte na opinião pública, na sociedade, as coisas não vão parar aí, vai ter o terceiro turno”.
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