Saúde sem Complicações #49: Má digestão e gases nem sempre são doenças

Aerofagia e aerocolia devem ser investigadas pelo médico, mas, em geral, são tratadas com mudança alimentar

 09/03/2021 - Publicado há 3 anos
Jornal da USP no ar: Medicina
Jornal da USP no ar: Medicina
Saúde sem Complicações #49: Má digestão e gases nem sempre são doenças
/

O podcast Saúde Sem Complicações desta semana recebe Luiz Ernesto de Almeida Troncon, professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, para falar sobre a aerofagia e a aerocolia. Na entrevista, o professor explica o que são as duas condições, quais são suas causas e como são feitos diagnóstico e tratamento.

O que é a aerofagia e a aerocolia e suas causas

“Essas duas entidades nem sempre são doenças”, esclarece o professor, adiantando que podem estar relacionadas a hábitos ou condições de vida e, assim, podem ser corrigidas. Troncon ainda diz que as duas condições podem estar ligadas.

A aerofagia provoca gases no estômago e a necessidade de arrotos frequentes, causados pelo ar engolido em excesso e pode estar relacionada à ansiedade. Já a aerocolia é um sintoma, informa o professor; é o “gás no intestino grosso” e existem diferentes mecanismos que causam essa sensação de gases, como a ingestão de alimentos fermentados e algumas leguminosas, vegetais e frutas; a motilidade intestinal e a própria sensibilidade de cada indivíduo à presença de gases.

Diagnóstico da aerofagia e da aerocolia

Para diagnóstico exato de cada problema, cabe ao médico realizar investigação dos mecanismos causadores dos incômodos, através de diálogo detalhado com o paciente e “exame físico geral e do abdome”.

Às vezes, conta o professor, pode ser indicada a realização de alguns exames simples, como os de sangue e até ultrassom de abdome, “não para achar uma doença”, mas, ao contrário, para tranquilizar o indivíduo, já que ele não está doente e, sim, apresenta um “problema de natureza mais funcional”.

Tratamento da aerofagia e da aerocolia

Em grande parte, o tratamento para as duas condições é feito com a mudança de hábitos alimentares. Troncon também conta que, muitas vezes, quando o paciente compreende a “inexistência de uma doença orgânica” durante a conversa com o médico, há uma diminuição da frequência e intensidade dos sintomas relatados.

Além disso, alguns remédios podem ajudar na motilidade intestinal e na eliminação de gases, informa o especialista. Mas, adianta, cada paciente tem suas particularidades e o profissional da nutrição pode ser um ótimo aliado para a resolução desses problemas.   

Os ouvintes podem enviar sugestões de temas e comentários para o e-mail: ouvinte@usp.br


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.