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Vinícius de Moraes foi um intelectual cuja arte expressou a intersecção de linguagens. A africanidade da sua música implicou em um campo dinâmico das lutas pela justiça dos não brancos empobrecidas. O Poetinha seria visto hoje como multimídia, em razão do seu domínio nas diferentes modalidades artísticas, acreditando que a ética encontrava sua essência na cosmovisão africana primogênita.
Sua reverência aos orixás o fez sugerir que os gregos beberam na taça epistemológica dos povos egípcio-bantu que formaram a primeira civilização da humanidade. Não por acaso, que a sua peça teatral Orfeu da Conceição, encontrou africanidade das relações lúdico gregária do morro carioca, o seu lócus. Vinicius percebeu o respeito a biodiversidade na amplitude holística da orixalidade. Foi o sucesso internacional do filme Orfeu, que foi adaptado da sua peça, Orfeu da Conceição, que levou a tamboralidade da bossa nova ao reconhecimento mundial. A organicidade gramsciana, da militância pela negritude ao lado dos estetas Abdias do Nascimento e Haroldo Costa fez do canto negro de Vinícius, a voz da dos oprimidos miscigênicos.
Quilombo Academia
O Quilombo Academia é transmitido as quintas-feiras, às 13 horas, com reapresentação aos domingos, às 19 horas e 30 minutos, na Rádio USP São Paulo e Ribeirão Preto, e também por streaming. As edições do programa estão disponibilizadas nos podcasts do Jornal da USP (jornal.usp.br) e nos agregadores de áudio como Spotify, iTunes e Deezer.
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