Quilombo Academia: O afrodiasporico na polissemia do canto de Vander Lee e Nana Caymmi

A africanidade como força política no canto de Vander Lee e na interpretação de Nana Caymmi

 Publicado: 29/03/2024
Quilombo Academia - USP
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Quilombo Academia: O afrodiasporico na polissemia do canto de Vander Lee e Nana Caymmi
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A música de Vander Lee traz o cuidado com um dos principais problemas planetários, que é a crise ambiental. Contudo, faz esse movimento com base na sua herança africana, mostrando total esforço poético em proveito do respeito ao meio ambiente. Nessa linha de abordagem, fica cristalino seu compromisso com os princípios da cosmovisão africana primogênita, que foi a primeira expressão do respeito biodiversidade. Por exemplo, na cultura ioruba todas relações bioexistências são manifestações da orixalidade, a negação do diferente implica na negação da própria divindade.

A interpretação de Nana Caymmi é impregnada de um dimensionamento afrodiaspórico, que é percebida na polissemia da grandeza da dupla Tom Jobim e Vinicius de Moraes. O canto da Nana indica a percepção de uma forte presença ausente, que se dá na sensível negritude na genialidade da dupla, que lhe faz lembrar o esteta Haroldo Costa. O Haroldo é um intelectual negro, que foi o criador da dupla Tom e Vinicius. Esses geniais compositores, juntamente com o Haroldo formam uns dos frutos mais expressivos, do Teatro Experimental do Negro – TEN, com liderança do teatrólogo antirracista Abdia do Nascimento. Em razão disso a interpretação da Nana parece-me ainda mais de um sentimento negro, realçando ancestralidade africana da ontologia soteropolitana.


Quilombo Academia

O Quilombo Academia é transmitido as quintas-feiras, às 13 horas, com reapresentação aos domingos, às 19 horas e 30 minutos, na Rádio USP São Paulo e Ribeirão Preto, e também por streaming. As edições do programa estão disponibilizadas nos podcasts do Jornal da USP (jornal.usp.br) e nos agregadores de áudio como Spotify, iTunes e Deezer.

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