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Caetano Veloso tem uma africanidade telúrica que o faz um interprete privilegiado do sentimento negro miscigênico baiano. A polissemia do brilho das relações espontâneas, que está fora da esfera da ordem eurocêntrica, faz da música do Caetano um lugar de potência, onde as maiorias minorizadas fazem suas respectivas afirmações positivas.
A posição alternativa negra na irreverência artística nordestina, que há nas composições de Carlinhos Brown e Djavan, tem paroxismo na performática tamboralidade de Caetano, que realça ainda mais o reconhecimento desses dois craques negros da MPB.
A arte musical de Caetano revela uma multiplicidade ontológica negada, na medida em que seu canto e o discurso militante, caracterizando a contemporaneidade inclusiva que se estabelece como possibilidade de nuances das relações lúdico gregário da circularidade epistêmica negra contra o anacronismo excludente, da tentativa reducionista, do euro-hetero-macho-autoritário. Caetano canta o samba negro como provável lugar utópico, onde as relações miscigênicas têm as cores da cultura de paz.
Quilombo Academia
O Quilombo Academia é transmitido as quintas-feiras, às 13 horas, com reapresentação aos domingos, às 19 horas e 30 minutos, na Rádio USP São Paulo e Ribeirão Preto, e também por streaming. As edições do programa estão disponibilizadas nos podcasts do Jornal da USP (jornal.usp.br) e nos agregadores de áudio como Spotify, iTunes e Deezer.
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