Nesta edição do podcast Pílula Farmacêutica, a acadêmica Amanda Pereira de Araujo, orientada pela professora Regina Andrade da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, fala sobre o uso indevido de antibióticos e o desafio atual de saúde pública, a resistência a antimicrobianos.
Segundo Amanda, a resistência antimicrobiana é caracterizada pela presença de microrganismos, como as bactérias gram-negativas, capazes de resistir a múltiplos antibióticos. A acadêmica afirma que a gravidade do problema é sentida por aqueles pacientes que não seguem o tratamento indicado, interrompendo-o antes do tempo. Quando retoma o tratamento, a bactéria já pode estar resistente àquele medicamento. “A resistência aos antibióticos é inevitável e irreversível!”, alerta.
Além do uso em excesso de antimicrobianos em hospitais, a falta de adoção de medidas básicas de controle de infecções hospitalares também contribui para a resistência antimicrobiana, como o próprio ato de lavar as mãos corretamente, por exemplo. Dentre as sérias consequências para a saúde humana, Amanda destaca a dificuldade de cura de algumas doenças que até então eram tratáveis de uma forma simples, como as pneumonias e até as ISTs (infecções sexualmente transmissíveis).
Pela gravidade do problema, as instituições que tratam de pacientes em terapia intensiva têm intensificado pesquisas para encontrar formas de minimizar a emergência das bactérias resistentes a antibióticos em ambiente hospitalar, local de maior presença de bactérias que representam “um gatilho” para tornar as bactérias resistentes às drogas.
Apesar das dificuldade de países como o Brasil e de toda a América Latina para enfrentar o problema, Amanda conta que a Organização Mundial da Saúde propôs, em artigo publicado em 2022, uma abordagem para o controle da resistência antimicrobiana centrada na perspectiva farmacêutica, com prescrição e dispensação de antibióticos realizada por profissionais. O artigo apresenta ainda “uma análise pelo ponto de vista dos próprios pacientes dos serviços de saúde”.
Coordenação: Rosemeire Talamone