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Os medicamentos têm um papel crucial na promoção da saúde e no tratamento das doenças. Apesar dos benefícios, os remédios podem desencadear reações adversas, como as alergias a medicamentos. Nesta edição do Pílula Farmacêutica, a acadêmica Amanda Pereira de Araujo, orientada pela professora Regina Andrade da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, aborda os diferentes aspectos das alergias provocadas por medicamentos.
Inicialmente, Amanda explica que as reações alérgicas são do tipo B, consideradas imprevisíveis, clinicamente reprodutíveis e não têm ligação direta com os efeitos do medicamento. Nesse sentido, afirma que as reações podem ser divididas em imunológicas e não imunológicas. “As imunológicas são aquelas que envolvem os linfócitos e causam urticária, anafilaxia, hipersensibilidade mediada por células e dermatite de contato. Existe também a alergia múltipla a fármacos, que é a capacidade do paciente de apresentar reações contra antibióticos e outros fármacos de grupos químicos diferentes, sendo rara e não tendo ligação com a liberação de histamina, substância vasodilatadora, liberada em casos de alergia e inflamação”, declara.
Além disso, a acadêmica diferencia as reações alérgicas das adversas, sendo a primeira uma resposta imunológica do organismo a um medicamento específico e, a segunda, qualquer resposta prejudicial, seja de natureza alérgica ou não. “Para testar a alergia de um paciente, podem ser feitos testes cutâneos ou testes de provocação (TPD), que são considerados importantes para o que chamamos de padrão ouro no diagnóstico para gerar opções seguras de serem analisadas. Os TPD consistem em administrar a medicação ao paciente que é considerada de risco, podendo ser testada diretamente ou associada com outro fármaco, desde que estejam relacionados farmacologicamente.”
Segundo Amanda, a penicilina está dentre os remédios que mais causam alergia. “Isso pode ser explicado pela existência de alguns produtos que já contêm penicilina na composição, como alimentos provenientes de animais tratados”, argumenta a acadêmica. Já o ibuprofeno, remédio de ação anti-inflamatória, “é um medicamento considerado mais tolerado dentre os anti-inflamatórios não esteroides”, complementa.
Para identificar uma alergia, Amanda lista os seguintes sinais: coceira, inchaço, coriza, olhos marejados, erupções na pele, urticária e inchaço da pele, além da falta de ar, inchaço facial e fechamento de glote, “que são sinais urgentes de que a pessoa afetada precisa de ajuda médica o mais rápido possível”, finaliza.
Coordenação: Rosemeire Talamone