
No Pílula Farmacêutica desta semana, a acadêmica Amanda Pereira Araujo, orientada pela professora Regina Andrade da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP em Ribeirão Preto, fala sobre a relação entre os raios solares e os fatores de proteção solar. Sobre as fórmulas químicas de proteção solar, a acadêmica lembra que surgiram antes mesmo da ciência conhecer a relação entre excesso de radiação solar e câncer de pele; as queimaduras solares eram a preocupação quando, em 1892, na Alemanha, Friederich Hammer adicionou quinina (substância usada para tratar malária) em suas fórmulas e produziu o primeiro protetor solar químico da história.
E as queimaduras provocadas pelo sol estão diretamente ligadas ao Fator de Proteção Solar (FPS) que “é o índice que analisa quanto tempo a pele demora para apresentar queimaduras, mesmo protegida com o protetor solar”, afirma a acadêmica. Dessa forma, o FPS indica o nível de proteção aos raios ultravioleta, ou UV.
Amanda ressalta ainda que os FPS existentes medem apenas a proteção contra os raios UVB e não contra os UVA. “Os raios UVA e UVB são raios ultravioleta prejudiciais à saúde. Enquanto os raios UVA são responsáveis pelo envelhecimento precoce da pele, os raios UVB são responsáveis por queimaduras e alergias”, ensina e alerta que os dois podem causar câncer de pele.
Apesar dos desenvolvedores de cosméticos já terem identificado os danos que a radiação UVA causam na pele humana, os filtros solares produzidos atualmente não são considerados pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) como protetores para as dos tipos de radiação. A resposta que se tem é que a proteção UVA ainda é uma novidade da indústria farmacêutica que necessita de uma padronização de testes que confirmem a proteção dos produtos.
Por fim, a acadêmica lista os FPS mais consumidos (30, 50, 60 e 70) e informa que os protetores solares podem ser encontrados em diferentes formas farmacêuticas, sendo elas líquidas, sólidas ou até semissólidas. “No entanto, as formas farmacêuticas com maior proteção são as emulsões, uma vez que óleos e loções não alcançam valores altos de Fator de Proteção Solar”, finaliza.
Coordenação: Rosemeire Talamone