Movimento negro evangélico mostra-se atuante na luta contra o racismo

Em algumas igrejas evangélicas é possível identificar um ativismo negro que combate o racismo, como mostra pesquisa realizada na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP

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 16/03/2023 - Publicado há 1 ano     Atualizado: 29/03/2023 as 16:22
Novos Cientistas - USP
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Movimento negro evangélico mostra-se atuante na luta contra o racismo
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A pesquisa de mestrado intitulada Ativismo negro evangélico no Brasil contemporâneo, apresentada na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, traz uma análise da atuação de grupos como o Movimento Negro Evangélico (MNE), a Rede de Mulheres Negras Evangélicas, o Discipulado Justiça e Reconciliação (DJR), Pastoral Metodista de Combate ao Racismo, Pastoral Rosa Parks, entre outros. O autor do estudo, o cientista social Vitor Gonçalves Queiroz de Medeiros, foi o entrevistado desta quinta-feira (16) no podcast Os Novos Cientistas.

“Meu estudo também retrata situações que evidenciam as dificuldades dos ativistas negros evangélicos em participarem da problematização pública do racismo”, disse o pesquisador. Medeiros analisou fontes documentais, monitorou notícias e mídias sociais, e também realizou entrevistas com cerca de 25 pessoas ligadas a movimentos negros evangélicos. “Eu também observei e participei de grupos de ativistas evangélicos negros em São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco, entre 2019 e 2021”, descreveu.

A atuação do movimento em algumas igrejas evangélicas pode ser percebida, até mesmo, em pregações normais. “Pude observar, em alguns momentos, relatos de racismo, orações em prol da juventude negra, alvo prioritário de violência, e observei que alguns pastores faziam orações de gratidão à ancestralidade negra”, contou. Contudo, como observou, tais situações não chegam a ser parte do cotidiano de alguns cultos evangélicos. “Muitos dos ativistas do Movimento Negro Evangélico são, por vezes, atacados por outros evangélicos refratários à problematização do racismo e por se identificarem como progressistas ou de esquerda, assim como por defenderem os cultos afros. Mesmo assim, continuam solidários à causa”, explicou.

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