Música no Cinema
Candeia, compositor de Preciso Me Encontrar, é um dos maiores nomes da música popular brasileira de todos os tempos. Canção presente na trilha sonora de Cidade de Deus, um filme de ação de 2002 produzido pela O2 Filmes, Globo Filmes e VideoFilmes e distribuído pela Lumière Brasil. É uma adaptação roteirizada por Bráulio Mantovani a partir do livro de mesmo nome escrito por Paulo Lins. Foi dirigido por Fernando Meirelles, codirigido por Kátia Lund e estrelado por Alexandre Rodrigues, Leandro Firmino e Alice Braga.
Antônio Candeia Filho (1935- 1978), cantor, compositor e instrumentista é uma referência no samba carioca e grande defensor da cultura afro-brasileira, Candeia foi figura importante na história da Portela, desde a infância conviveu com outros grandes sambistas e participou da fundação da Escola. A partir de 1970, Candeia lançou seis discos de sucesso, deixando um legado de grandes sambas para a história da música brasileira, como o clássico: Preciso me encontrar, lançado por Cartola em 1976 e regravado por nomes como Ney Matogrosso e Marisa Monte.
A história da canção
Por volta do final do ano de 1975, o jornalista e escritor cearense Juarez Barroso, radicado no Rio de Janeiro, andava meio perdido na vida, e pediu que Candeia compusesse para ele um samba com o tema: “Preciso me encontrar”. Poeta nato, Candeia escreveu então uma canção sublime, que fala sobre autoconhecimento, solitude, amor próprio e autocuidado. Dando o recado de que, para gente realmente se encontrar, se conhecer, saber quem somos, o que queremos, o que sentimos, precisamos de tempo de reflexão, de tempo a sós conosco. E que, muitas vezes, nos encontramos e encontramos sentido na vida, quando entramos em contato com as coisas simples que a natureza nos dá, como um nascer do sol e o canto dos pássaros.
Na época, Juarez Barroso estava produzindo o disco de outro grande sambista, o gigante Cartola, e sugeriu a música de Candeia para que o Poeta do Morro incluísse no álbum Cartola II, de 1976. A letra da canção de Candeia é tão poética, que – mesmo ele falando sobre o ato de se encontrar de forma tão simples, ainda em vida – tem-se a impressão de que ela foi feita também para compreender a vida pós-morte. Por ironia do destino, Juarez Barroso faleceu antes do lançamento do disco (com informações do site novabrasilfm.com.br).
Cartola e a interpretação
Angenor de Oliveira, conhecido por Cartola (1908-1980), transcendeu as fronteiras do samba do morro, sendo reverenciado não apenas como um dos maiores expoentes do gênero e como o principal compositor da Estação Primeira de Mangueira, mas também como o maior sambista da história da música brasileira. Foi cantor, compositor, poeta e violonista. Saiba e ouça mais sobre Cartola em outro Mosaico.
Lucas Belo, estudante de Engenharia Civil na Escola Politécnica da USP, participou da enquete do programa Mosaicos Culturais, da Rádio USP. Lucas ressaltou a cena marcante da morte de uma personagem no filme Cidade de Deus ao som de Preciso Me Encontrar, de Candeia e interpretação de Cartola.
Ouça o podcast no link acima.
O programa celebra a diversidade cultural, a riqueza da música brasileira e cria um senso de comunidade. O objetivo é dar voz aos estudantes da USP por meio de entrevistas sobre gostos e percepções musicais. Este podcast reproduz a experiência de escuta no programa Mosaicos Culturais – Ouça o Que os Estudantes Ouvem, transmitido nos dias 12 e 13 de junho de 2024.
Mosaicos Culturais
Ouça o que estudantes ouvem
Estudantes da USP podem participar de Mosaicos Culturais. Basta gravar um áudio respondendo à pergunta “O que você anda ouvindo?” e enviá-lo para a Rádio USP pelo WhatsApp (11) 97281-5789.
Mosaicos Culturais vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 11h e às 16h na Rádio USP (93,7 MHz, em São Paulo, e 107,9 MHz, em Ribeirão Preto), e ainda via internet, através do site da emissora no link jornal.usp.br/radio/. É possível também sintonizar a versão podcast pela internet em jornal.usp.br/podcasts/ Todos os episódios de Mosaicos Culturais – Ouça o Que os Estudantes Ouvem estão disponíveis na página de seu arquivo neste link.
Apresentação e edição: Caroline Kellen
Identidade sonora e produção: Bruno Torres
Edição: Cid Araujo
Supervisão: Magaly Prado
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