Minuto Saúde Mental #83: O final de ano pode alterar as emoções?

Com festas e confraternizações, fim de ano pode ser um período de agravamento de problemas de saúde mental

 07/12/2023 - Publicado há 5 meses
Minuto Saúde Mental - USP
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Minuto Saúde Mental #83: O final de ano pode alterar as emoções?
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No podcast Minuto Saúde Mental desta semana o professor João Paulo de Sousa fala sobre como as emoções se alteram durante o final do ano. “No consultório e em outros contextos sociais tenho ouvido as pessoas se queixarem de que o período de fim de ano está estranho, diferente ou estressante”, conta o professor, adiantando que, para muitos, essa não uma época só de alegria. 

Segundo Sousa, final do ano, com suas festas, reuniões e um convite geral para fazermos um balanço de nossas vidas antes de começar um novo ciclo, é um período de agravamento de vários problemas de saúde mental. “Vamos pensar um pouco: se mesmo quem não sofre de qualquer transtorno diagnosticado tem dificuldade para lidar com o estresse causado pelo excesso de compromissos, pela falta de descanso, pelas quebras na rotina e pelos gastos, muitas vezes excessivos, como ficam aqueles que já estavam em uma condição mais vulnerável mentalmente?”, indaga. 

Além disso, continua, as festas da firma e confraternizações podem ser ocasiões muito difíceis para quem sofre de ansiedade social, e a expectativa de que todos se mostrem felizes pode ser inatingível para alguém que está deprimido ou lutando contra o abuso de substâncias. “É importante pensar sobre isso, entender o que estamos sentindo a cada momento e, se necessário, tomar medidas e pedir ajuda. A reação de muitas pessoas de evitar reuniões e se isolar pode até melhorar alguns sintomas temporariamente, mas tende a ter efeitos ruins com o passar do tempo”, alerta.

Nesse sentido, orienta, se a pessoa sente que essa época não está sendo agradável como o esperado, o indicado é reconhecer o sentimento e conversar com seus contatos mais chegados, evitando a solidão e o isolamento. “Se você vem lutando com um transtorno mental, não deixe de seguir o tratamento à risca durante todo o período e procure seu profissional de referência se sentir necessidade. É bom lembrar ainda que, se você sentir que não pode conversar com ninguém que está por perto, o telefone 188 sempre tem alguém que está disposto e treinado para ouvir”, finaliza. 


Minuto Saúde Mental
Apresentação: João Paulo Machado de Sousa
Produção: João Paulo Machado de Sousa e Jaime Hallak
Coprodução e edição: Rádio USP Ribeirão
Coordenação: Rosemeire Talamone
Apoio: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Medicina Translacional, iniciativa CNPq e Fapesp

 

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