No podcast Minuto Saúde Mental desta semana, o professor João Paulo Machado de Sousa conta brevemente sobre o funcionamento dos hospitais psiquiátricos no Brasil. Durante alguns séculos, os hospitais psiquiátricos, ou manicômios como eram chamados, funcionaram mais como depósitos de pessoas em sofrimento mental (não necessariamente doentes) do que como locais de tratamento propriamente dito, e muitos ainda devem se lembrar de reportagens em revistas e na TV sobre as condições degradantes dos hospícios brasileiros nas últimas décadas do século XX.
Em um livro de 2013 que deve virar filme no ano que vem, a jornalista Daniela Arbex descreve o que chamou de “holocausto brasileiro”, referindo-se à morte e ao sofrimento imposto aos pacientes daquele que foi o maior hospício do país: o Hospital Colônia de Barbacena, em Minas Gerais.
Felizmente, a realidade dos hospitais psiquiátricos mudou muito de lá pra cá e, embora eles ainda sejam alvo de críticas, não recebem mais pessoas sem diagnósticos estabelecidos ou que deverão ficar lá para sempre. Em 2001, foi iniciada oficialmente no País a reforma psiquiátrica, um movimento determinado legalmente que tinha como objetivo acabar com os manicômios e estabelecer serviços ao mesmo tempo mais humanos e profissionais sem privar o indivíduo do contato com a comunidade.
Certamente ainda existe um longo caminho a ser percorrido até que as pessoas que necessitam de internação psiquiátrica tenham o atendimento ideal, mas muitos progressos foram feitos e a realidade destes hospitais no Brasil é hoje muito diferente da rotina de negligência, maus tratos e isolamento de poucas décadas atrás.