Jornal da USP no Ar – Medicina #12: Na luta contra o tabaco, cigarros eletrônicos não ajudam a parar de fumar

O Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP promove estudos que visam a melhorar o tratamento contra a dependência. Jacqueline Scholz Issa, médica e coordenadora do Programa de Tratamento do Tabagismo do InCor, contou ao Jornal da USP no Ar que o reconhecimento da OMS é bem fundamentado. Hoje, segundo a especialista, cerca de 9% a 10% da população brasileira fuma, e é caracterizada como viciada. Esse número já foi maior, mas o combate a esse cenário permanece em função do alto risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares em fumantes, as quais resultam em morte em 30% dos casos. Ainda neste episódio, cientistas buscam formas de apresentarem o diagnóstico mais cedo, para que o tratamento adequado possa ser feito. As causas do distúrbio ainda são desconhecidas, mas um estudo realizado na Universidade King’s College London relaciona disfunções nos níveis de serotonina do cérebro como possíveis alertas precoces para a doença. Já uma pesquisa da USP busca o controle da doença de Parkinson através do antibiótico doxiciclina.

Foi sobre esse assunto que o Jornal da USP no Ar conversou com a professora Elaine Del Bel, farmacologista, pesquisadora do Laboratório de Neurobiologia Celular da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) e presidente da Federação de Sociedades de Neurociência da América Latina, do Caribe e na Península Ibérica (Falan). Ela explica que a doxiciclina atuaria como anti-inflamatório, o que poderia melhorar a saúde dos neurônios antecipadamente, estabilizando e diminuindo o avanço da doença

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 09/08/2019 - Publicado há 5 anos
Jornal da USP no ar: Medicina
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Jornal da USP no Ar – Medicina #12: Na luta contra o tabaco, cigarros eletrônicos não ajudam a parar de fumar
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O Brasil foi considerado referência no combate ao tabaco pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os dados são do 7º Relatório sobre a Epidemia Mundial do Tabaco, que tem foco nos progressos feitos pelos países para ajudar as pessoas a deixar de fumar. Na avaliação do órgão, Brasil e Turquia se tornaram exemplos internacionais no combate ao tabagismo, tendo alcançado o mais alto nível das seis medidas Mpower, contidas no plano para reverter a epidemia do tabaco, como estabelecer políticas de prevenção e oferecer ajuda para parar de fumar.

O Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP promove estudos que visam a melhorar o tratamento contra a dependência. Jacqueline Scholz Issa, médica e coordenadora do Programa de Tratamento do Tabagismo do InCor, contou ao Jornal da USP no Ar que o reconhecimento da OMS é bem fundamentado.

Hoje, segundo a especialista, cerca de 10% da população brasileira fuma e é caracterizada como viciada. Esse número já foi maior, mas o combate a esse cenário permanece em função do alto risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares em fumantes, que resultam em morte em 30% dos casos. O tratamento contra a dependência é oferecido pelo Ministério da Saúde e também pelo InCor, e visa a inibir o desejo do paciente por tabaco. A especialista desmistifica o uso de cigarros eletrônicos, que ganharam fama por serem usados como uma saída para quem deseja abandonar o cigarro convencional. Ela explica que o uso desses novos aparelhos não pode ser considerado, sob hipótese alguma, uma forma de tratamento.

Ainda neste episódio, cientistas buscam formas de apresentar o diagnóstico mais cedo, para que o tratamento adequado possa ser feito. As causas do distúrbio ainda são desconhecidas, mas um estudo realizado na Universidade King’s College London relaciona disfunções nos níveis de serotonina do cérebro como possíveis alertas precoces para a doença. Já uma pesquisa da USP busca o controle da doença de Parkinson através do antibiótico doxiciclina.

Foi sobre esse assunto que o Jornal da USP no Ar conversou com a professora Elaine Del Bel, farmacologista e pesquisadora do Laboratório de Neurobiologia Celular da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) e presidente da Federação de Sociedades de Neurociência da América Latina, do Caribe e na Península Ibérica (Falan). Ela explica que a doxiciclina atuaria como anti-inflamatório, o que poderia melhorar a saúde dos neurônios antecipadamente, estabilizando e diminuindo o avanço da doença. A principal vantagem é a de que “é um antibiótico que já está disponível para o público há mais de 50 anos, é barato e seus efeitos já são conhecidos. Isso é importante pois a indústria tem certo receio de investir em terapias de doenças do sistema nervoso central, pois são caras, difíceis de serem feitas em humanos.

Não se esqueça, essas e outras entrevistas você acompanha de segunda a sexta, das 7h30 a 9h30, na Rádio USP 93,7 em São Paulo, 107,9 em Ribeirão Preto e streaming. Você pode baixar o podcast e ouvir a qualquer hora, acessando jornal.usp.br  ou utilizar seu agregador de podcast preferido, no Spotify, iTunes e CastBox.

Apresentação e produção: Roxane Ré

Edição de Som: Cido Tavares


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