A ozonioterapia é considerada por muitos como sendo capaz de curar mais de 250 enfermidades, e mais recentemente tem-se defendido a aplicação de ozônio por via retal para tratar a covid-19. No podcast Fake News Não Pod desta semana, a acadêmica Laura Colete Cunha fala sobre esse gás que contém três átomos de oxigênio e na estratosfera nos protege dos raios ultravioleta. E como você já deve estar imaginando, não se trata de uma substância segura.
Segundo a agência sanitária dos Estados Unidos, a FDA, o ozônio é um gás tóxico sem nenhuma aplicação médica conhecida em terapia específica, adjuvante ou preventiva. Ademais, para que o ozônio tenha ação germicida, ele deve estar presente em uma concentração muito maior do que aquela tolerada com segurança pelo homem e pelos animais.
Muitos dos estudos sobre a ozonioterapia possuem erros metodológicos fundamentais, o que os tornam nada confiáveis, isto é, sem credibilidade científica. Mesmo assim, a ozonioterapia consta entre as práticas integrativas e complementares, as PICs, oferecidas pelo SUS, apesar das discordâncias do Conselho Federal de Medicina.
Os perigos da ozonioterapia são reais: em 2019 um trabalhador perdeu uma das pernas após se submeter a um tratamento “experimental” de ozonioterapia a fim de conter uma infecção óssea. Portanto, desconfie dos tratamentos que se dizem “milagrosos” e busque informações em fontes confiáveis.
Fake News não Pod
Produção: Vydia Academics, Pretty Much Science (PMScience),
Projeto: João Fake News (bit.ly/JoaoFakeNews).
Roteirista e apresentadora: Laura Colete Cunha
Coprodução e Edição: Rádio USP Ribeirão Preto
Coordenação: Rosemeire Talamone
.