Um médico publicou em seu Twitter que a vacina da Pfizer-BioNtech, conhecida como BNT162b2, pode causar alterações genéticas. Vídeos do médico descredibilizando a vacina circulam nas redes. Essas informações e outras notícias que alegam que vacina pode causar câncer, doenças autoimunes e até mesmo morte são falácias e, portanto, falsas. Nesta semana, no podcast Fake News Não Pod, a acadêmica Laura Colete Cunha fala brevemente como funciona uma vacina de RNA e por que você não deve temê-la.
A vacina da norte-americana Pfizer é aplicada diretamente no músculo deltoide, próximo ao ombro. A vacina contém nanopartículas com a instrução genética para construção da proteína presente na superfície do vírus causador da covid-19, conhecida como spike. Essa instrução é dada por uma molécula de RNA mensageiro, que é traduzida em proteína pelos ribossomos presentes no citoplasma de nossas células, sendo que essa molécula é degradada posteriormente. Portanto, em nenhum momento essa molécula de RNA entra no núcleo da célula, onde se encontra nosso material genético, o DNA.
Eventualmente, as células morrem e seus restos são processados por células apresentadoras de antígenos, como as células dendríticas, que podem apresentar os fragmentos da proteína spike aos linfócitos, produzindo assim uma resposta imunológica contra a proteína viral e estimulando a produção de anticorpos capazes de neutralizar o vírus.
A vacina da Pfizer é segura e é 95,3% eficaz mesmo contra casos severos de infecção. Ademais, em um estudo observacional publicado na renomada revista The Lancet, observou-se que, quando 72,1% da população com mais de 16 anos de Israel foi vacinada com as duas doses da vacina da Pfizer, houve uma redução significativa do número de mortes, internações e infectados.
Somente a vacinação em massa da população pode nos proteger. Defenda as vacinas e lembre-se: sempre procure informações em fontes confiáveis. Médicos nem sempre são cientistas, e devemos ouvir todas as observações que a ciência e seus profissionais têm trazido ao longo da pandemia.
Fake News não Pod
Produção: Vydia Academics, Pretty Much Science (PMScience),
Projeto: João Fake News (bit.ly/JoaoFakeNews).
Roteirista e apresentadora: Laura Colete Cunha
Coprodução e Edição: Rádio USP Ribeirão Preto
Coordenação: Rosemeire Talamone
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