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Nascido em São Paulo, em 1916, o músico e compositor Esmeraldino Salles teve a sua obra investigada pelo pesquisador, e também músico, Felipe Siles de Castro. Na pesquisa intitulada Uma noite no Sumaré: o choro negro e paulistano de Esmeraldino Salles, o pesquisador evidencia que o músico é um compositor com uma assinatura bastante pessoal e que foi capaz de trazer outras linguagens para o choro. Na entrevista desta quinta-feira em Os Novos Cientistas, Felipe Siles falou de seu estudo de mestrado, que foi realizado sob a orientação do professor Marcos Câmara de Castro.
“Podemos dizer que Esmeraldino influenciou toda uma geração de músicos por seu estilo composicional”, disse o pesquisador, destacando que ele já foi gravado por músicos importantes, como Canhoto, Laércio de Freitas, Dominguinhos e Yamandu
Costa. Além disso, foi homenageado e celebrado por meio dos álbuns Ao nosso amigo Esmê (1980), Tributo a Esmeraldino
Salles (2002) e Esmê (2017), e por diversas composições de músicos relevantes como Izaías Bueno de Almeida,
Maurício Carrilho e André Mehmari. “Mas, atualmente, a importância de Esmeraldino para a comunidade no choro não condiz com aquilo que até o momento foi pesquisado sobre sua trajetória”, lamentou Felipe.
O trabalho do pesquisador també traz uma análise de três composições do músico mais conhecidas: Arabiando, Perigoso e Uma Noite no Sumaré. “Foi onde procurei compreender as características do estilo composicional de Esmeraldino e analisar em que as suas músicas deferem dos choros mais tradicionais”, explicou. O pesquisador também buscou compreender as características específicas da indústria cultural paulista e o impacto sobre a produção de Esmeraldino. “Afinal, podemos sim considerar que ele também foi vítima do racismo estrutural, pois mesmo sendo tão importante, não ocupou o merecido destaque no cenário musical do choro paulistano”, destacou Felipe.
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