A biologia sintética é um campo da ciência que mistura biologia molecular com engenharia e toma emprestados muitos conceitos dos sistemas eletrônicos. Mas em vez de chips e placas, os pesquisadores dessa área utilizam DNA para montar seus sistemas. Imagine que pedaços de DNA são peças de Lego, que te permitem construir alguma coisa, e você terá uma ideia do que os cientistas dessa área estão tentando fazer com a ajuda de bactérias e fungos.
Mas trata-se de um campo ainda recente da ciência e, no Brasil, poucos se dedicam a ele. O biólogo Rafael Silva Rocha, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, é uma dessas pessoas. Ele começou a trabalhar com biologia sintética durante o doutorado na Espanha e, há cinco anos, coordena um núcleo de pesquisa nessa área em Ribeirão Preto.
Além da pesquisa de ponta e das atividades acadêmicas, em 2017 ele separou um tempinho para ser mentor de uma equipe de estudantes que participou de uma competição internacional de biologia sintética – e trouxe uma medalha de ouro na bagagem de volta.
Essa competição é o iGEM. Criada pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) nos anos 2000, o iGEM procura estimular jovens a pensar em formas de usar a biologia sintética para resolver problemas atuais. Neste ano, o iGEM vai reunir estudantes de diversas partes do mundo no final de outubro em Boston, nos Estados Unidos. O Brasil estará representado por seis equipes.
Neste episódio #15 do Ciência USP, conversamos com representantes de quatro times brasileiros inscritos no iGEM:
- USP-Brazil, que reúne estudantes do campus Butantã da USP, em São Paulo;
- USP-São Carlos, formada por alunos do Instituto de Física de São Carlos, da USP;
- UFRGS-Brazil, composta por estudantes de diferentes cursos da UFRGS;
- Amazonas-Brazil, formada por estudantes da Universidade Federal do Amazonas, da Fametro e do Instituto Federal do Amazonas.
Também conversamos com Gisele Monteiro, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP e uma das mentoras do time iGEM da capital paulista.
Também neste episódio…
Uma pesquisa de mestrado encontrou no coqueiro da Bahia potencial para combater a herpes. Os experimentos foram feitos in vitro com substâncias encontradas nas fibras do coco verde e tiveram bons resultados contra os episódios recorrentes do vírus HSV-1, o causador das típicas lesões da herpes genital e labial.
Ficha técnica
Apresentação: Silvana Salles
Produção: Silvana Salles e Caio Santana
Edição de som: Rafael Simões