Entre as décadas de 1960 e 1980, a América Latina viveu uma sucessão de golpes de estado que desembocaram em regimes militares, o que significou tortura, exílio e morte para milhares de pessoas. No Brasil não foi diferente, mas também não foi igual. Enquanto alguns países, no ocaso desses regimes, fizeram um ajuste de contas das atrocidades cometidas pelos militares, o Brasil se negou a restabelecer os parâmetros constitucionais que competem às Forças Armadas. Em maior ou menor grau, Argentina, Uruguai e Chile voltaram a trilhar caminhos democráticos sem a ameaça de vingança. Já no Brasil, notórios torturadores foram para casa como se nada tivesse acontecido.
A falta de punição para quem praticou crimes contra adversários políticos deixou uma ferida aberta e o risco permanente da ameaça militar contra o regime democrático. É o que o professor Pedro Dallari chama de “golpismo incubado”. O risco à democracia segue presente e este foi um dos temas abordados pelo diretor do Instituto de Relações Internacionais da USP na edição do dia 20 de fevereiro do Brasil Latino, programa apresentado pelo jornalista Marco Piva.
Brasil Latino
O Brasil Latino vai ao ar toda terça-feira, às 13h, pela Rádio USP 93,7Mhz (São Paulo) e Rádio USP 107,9 (Ribeirão Preto). As edições do programa estão disponibilizadas nos podcasts do Jornal da USP (jornal.usp.br) e nos agregadores de áudio como Spotify, iTunes e Deezer.
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