Em sua dissertação de mestrado Desempenho ambiental e energético da gaseificação de biomassa de cana-de-açúcar como rota alternativa de produção de amônia, apresentada na Escola Politécnica (Poli) da USP, o engenheiro químico Fernando Henrique Cardoso buscou avaliar a produção do insumo (amônia) a partir da palha e bagaço de cana-de-açúcar.
A amônia é muito usada pela indústria química para a produção, por exemplo, de fertilizantes hidrogenados, metanol e gasolina. “A amônia é composta por uma molécula de nitrogênio e três de hidrogênio. A rota convencional para se obter o produto é a partir do gás natural, o que significa um grande impacto ambiental. Daí o interesse em propormos rotas alternativas a partir do bagaço e da palha de cana, que são produtos bastante disponíveis no estado de São Paulo”, contou o pesquisador.
Utilizando o software Aspen Plus, Cardoso realizou as simulações. “Ao todo foram oito cenários que foram analisados e o que proporcionou o menor impacto ambiental foi justamente o que usou o bagaça e a palha de cana”, ressaltou. Os cenários foram criados a partir de modelagem e simulação computacional. “Dentro do próprio processo fiz algumas alterações de reatores e agentes gaseificantes”, ressaltou. O estudo de Cardoso é uma pesquisa básica que servirá para novas pesquisas. Não houve, no estudo, a comparação com a rota tradicional de fabricação da amônia. “O próximo passo será, a partir desses oito cenários analisados, compará-los com a simulação, no mesmo software, com a rota tradicional de fabricação da amônia”, descreveu