No início deste mês de novembro, a Universidade de São Paulo e a Organização dos Estados Americanos assinaram um acordo geral de cooperação. Para o professor Pedro Dallari, trata-se de um acordo muito importante. “No dia 2 de novembro, o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, e o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, o uruguaio Luis Almagro, assinaram um acordo de cooperação entre as duas instituições. A cerimônia de assinatura, em que estive presente, ocorreu na capital norte-americana, Washington, onde está sediada aquela organização internacional, que é mais conhecida pela sigla OEA.
O acordo se destina a estabelecer, de forma bastante abrangente, as bases para colaboração na área de ensino, pesquisa, formação e capacitação profissional. Sua finalidade é possibilitar que a OEA possa se beneficiar de atividades acadêmicas realizadas pela USP, ao mesmo tempo em que estudantes, professores e pesquisadores da USP se beneficiem do contato com o ambiente internacional intenso e variado que caracteriza a OEA.
Sucessora da União Pan-Americana, criada em 1890, a OEA é uma das mais antigas organizações internacionais do planeta. Ela reúne os 35 países das três Américas, sendo o Brasil seu membro fundador. Com presença em todo o continente, a OEA conta com quatro pilares de atuação: a promoção da democracia, a proteção dos direitos humanos, o apoio ao desenvolvimento e a segurança na região.
Ao celebrar o acordo com a OEA, a USP consagra duas diretrizes fundamentais que orientam sua comunidade universitária. De um lado, a diretriz da preocupação social, para que o resultado de suas atividades acadêmicas gere impacto na formulação e implementação de políticas públicas, ou seja, de ações voltadas a equacionar os principais problemas da população em áreas como educação, saúde e segurança pública. E, como segunda diretriz, a da internacionalização, que pressupõe que a maior qualidade do conhecimento produzido e de seu impacto está diretamente associada à integração da comunidade universitária com entidades do mundo todo, sejam instituições de caráter científico, sejam organizações sociais e políticas.
Essa associação entre USP e OEA é, portanto, estratégica para a USP no atendimento dessas duas diretrizes, pois a OEA tem hoje como principal função justamente a promoção de políticas públicas de caráter internacional, destinadas ao conjunto de países das Américas.
O acordo de cooperação entre a USP e a OEA prevê, de forma bastante aberta, que diferentes assuntos possam ser estudados. Com base em relacionamento pontual entre as duas instituições, que já vem ocorrendo ao longo dos anos e que deu origem, agora, a esse acordo geral, os assuntos que deverão ser priorizados são três: melhoria da segurança pública, apoio à realização de eleições e aprimoramento de mecanismos para solução pacífica de conflitos. Mas outros temas estão em cogitação, como, por exemplo, a harmonização de regras da educação universitária, de modo que estudantes dos diferentes países tenham mais facilidade na realização de intercâmbio internacional.
O acordo com a Organização dos Estados Americanos cria, portanto, para a USP, uma oportunidade extraordinária para o aumento da presença da Universidade no mundo e, em uma via de mão dupla, para o aproveitamento dos resultados dessa integração pela comunidade acadêmica.”
Globalização e Cidadania
A coluna Globalização e Cidadania, com o professor Pedro Dallari, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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