Programa Spark Brasil distribuirá 600 mil face shields para hospitais de todo o País

A doação dos equipamentos, avaliada em R$ 10 milhões, foi feita pela empresa norte-americana LTA

 24/07/2020 - Publicado há 4 anos     Atualizado: 07/12/2020 as 11:09
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Arte: Jornal da USP

O programa Spark Brasil, uma rede colaborativa de pesquisadores com sede no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), recebeu uma doação de 600 mil face shields (protetores faciais), da empresa norte-americana do setor aeroespacial Lighter Than Air (LTA), para serem distribuídos no Brasil.

Desde o início da pandemia, a LTA tem produzido e doado face shields para ajudar as equipes médicas que atuam na linha de frente do combate à covid-19. Preocupada com o avanço da doença na América Latina e interessada em enviar uma grande doação do equipamento para os hospitais brasileiros, a LTA procurou o Spark Brasil para viabilizar a doação e a distribuição do material no País.

Julio Cesar Batista Ferreira – Foto: ABC

“Assim que a LTA fez a oferta, decidimos prontamente aceitar a doação para depois pensarmos na logística. Contatamos pesquisadores da rede Spark e ONGs para ajudar na identificação das demandas das diversas regiões brasileiras e, principalmente, ajudar com o armazenamento e estamos falando de cinco containers com 60 mil caixas de face shields. A Fundação Faculdade de Medicina se dispôs a cuidar da documentação referente à importação, a Faculdade de Medicina armazenará temporariamente o material e a ONG União se prontificou a ajudar na distribuição para as cidades brasileiras. Esse é um exemplo de como o programa Spark funciona, envolvendo redes colaborativas dos setores público e privado que trabalham em conjunto para acelerar a solução de problemas sociais imediatos”, afirmou o diretor do Spark Brasil e professor do ICB, Julio Cesar Batista Ferreira.

O diretor de operações da empresa LTA, James McCormick, explica que “à medida que a pandemia da covid-19 se espalhava pelos Estados Unidos e os profissionais da área médica relatavam a escassez de equipamentos de proteção individual (EPIs), a LTA Research mobilizou suas equipes e recursos para ajudar a preencher essa lacuna. Seus esforços iniciais entregaram mais de 250 mil face shields gratuitamente a hospitais, consultórios médicos e prestadores de serviços de emergência em Ohio, Califórnia e outros estados. Agora, os esforços são para fornecer mais 5 milhões de EPIs aos profissionais médicos nas linhas de frente em todo o mundo”.

Luis Carlos de Souza Ferreira – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Uma parte dos equipamentos, que deve chegar ao Brasil no começo de agosto, será destinada à USP e deverá atender às demandas do Hospital das Clínicas, Hospital Universitário e outras entidades vinculadas à Universidade, no âmbito do programa USP Vida. A outra parte será distribuída para hospitais das regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste do País.

O diretor do ICB, Luis Carlos de Souza Ferreira, ressalta que a pandemia reforçou a necessidade de as universidades brasileiras procurarem fontes alternativas de recursos e desenvolverem meios e políticas institucionais que incentivem a sua captação. “O programa USP Vida está sendo um grande aprendizado para todos nós, trazendo o conceito de filantropia voltada para as atividades desenvolvidas pela Universidade, especialmente para a pesquisa. É uma cultura muito comum em outros países e espero que, mesmo após o fim da pandemia, a prática seja incorporada e fortaleça a relação da Universidade com a sociedade”, defende o diretor, que também é membro do comitê gestor do programa USP Vida.

Spark Brasil

O programa Spark surgiu dentro da Universidade de Stanford (EUA), em 2007, idealizado pela professora da Faculdade de Medicina, Daria Mochly-Rosen. É uma plataforma que identifica e apoia projetos com tecnologia potencialmente inovadora, conecta pesquisadores com investidores, oferece assessoria em diversas áreas e promove parcerias entre instituições públicas e o setor produtivo. Sua missão é tornar mais fácil, rápido e barato o caminho entre a descoberta científica que acontece nas universidades e o desenvolvimento de produtos e serviços inovadores na área da saúde, que acontece na indústria.

A iniciativa deu tão certo que começou a ser replicada em outros países e levou à criação, em 2011, da rede Spark Global, integrando todos os programas Spark distribuídos nos cinco continentes. No Brasil, o programa foi criado em 2014 e é sediado na USP, embora não seja restrito à Universidade.

Assim que a LTA fez a oferta, decidimos prontamente aceitar a doação para depois pensarmos na logística.

O professor do ICB Julio Cesar Batista Ferreira participou do programa Spark quando esteve pela primeira vez na Universidade de Stanford para realizar o doutorado. De volta ao Brasil, Ferreira pensou na possibilidade de implantar a iniciativa na USP e assim surgiu o programa Supernova, depois rebatizado de Spark Brasil.

“O Spark Brasil tem o objetivo de orientar pesquisadores interessados em transformar suas descobertas em soluções na área da saúde. Através da Spark Global, ajudamos no delineamento e na execução de estudos de prova de conceito e desenvolvimento, sempre visando à transferência de tecnologia e licenciamento do produto, quando necessário. Tudo isso por meio de uma rede de especialistas que atuam como consultores voluntários e conectam as pessoas, os agentes públicos e privados, a indústria. Essa interação traz benefícios mútuos e apresenta possibilidades que nem imaginávamos”, explica Ferreira, que atualmente também é professor convidado do Departamento de Química e Biologia de Sistemas da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford.

 

O programa USP Vida está voltado a pessoas físicas e jurídicas que tenham interesse em doar recursos diretamente para as pesquisas desenvolvidas pela instituição ou para o Hospital Universitário, a fim de que sejam aplicados em assistência e internação hospitalar.

As doações poderão ser feitas por meio de depósito em conta corrente, transferência bancária ou pagamento em cartão de crédito. Os recursos arrecadados serão administrados por um Comitê Gestor de Cientistas, coordenado pelo pró-reitor de Pesquisa da USP, e alocados em conta específica na Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (Fusp).

Clique aqui para doar ou saber mais sobre o programa.

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