Povos indígenas do passado e luta por cotas na USP dão as caras na “Mostra Ecofalante de Cinema”

Mostra é considerada o evento mais importante da América do Sul com filmes sobre temas socioambientais

 05/08/2024 - Publicado há 5 meses     Atualizado: 15/08/2024 às 16:10
Fotomontagem Jornal da USP com imagens de: Divulgação/Mostra Ecofalante de Cinema 2024; Divulgação/Mostra Ecofalante de Cinema 2024; Divulgação/Mostra Ecofalante de Cinema 2024

Uma equipe de arqueólogos coordenada por um professor da USP se debruça sobre vestígios de antigas ocupações humanas na Floresta Amazônica. Quatro jovens negras compartilham suas vivências como estudantes engajadas na luta pela implementação do sistema de cotas na USP. Essas duas histórias são algumas das que integram a programação da 13ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema, que começou na última quinta-feira (1º) e vai até dia 14. A programação reúne 122 filmes de 24 países, todos dedicados à discussão de questões socioambientais urgentes da atualidade. As exibições acontecem em diferentes salas de cinema na cidade de São Paulo. Todas as sessões são gratuitas.

Um dos destaques desta edição da Mostra Ecofalante é a estreia da segunda temporada da série Amazônia, Arqueologia da Floresta. A série documental acompanha o trabalho de campo da equipe de arqueólogos liderada pelo professor Eduardo Góes Neves, do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP, no sítio arqueológico de Teotônio, próximo de Porto Velho (RO). Nesse sítio, foram encontrados vestígios de cerâmica e de terra preta com datação de mais de 5.500 anos. Trata-se da terra preta mais antiga da Amazônia. Entenda o que é a terra preta amazônica.

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O primeiro episódio da segunda temporada, intitulado Terra Preta, mostra duas escavações simultâneas, Terra Preta Profunda e Casa Jatuarana, com indícios que mostram que a área foi um epicentro cultural, ocupado por pelo menos sete povos indígenas diferentes ao longo dos milênios. O episódio terá duas exibições na mostra. Na sessão do dia 7, no Reserva Cultural, o professor Eduardo participa de um debate presencial com a antropóloga Betty Mindlin e a diretora da série, Tatiana Toffoli. A série é uma realização do SescTV.

Já o filme As Placas São Invisíveis integra o concurso de curtas da mostra. Realizado por Gabrielle Ferreira, o curta é resultado de seu trabalho de conclusão de curso na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. Com 24 minutos de duração, o filme é um registro da USP a partir da vivência de quatro estudantes negras de cursos de graduação. Foi gravado em 2015, em um momento anterior à implementação do sistema de cotas na Universidade, quando menos de 15% dos estudantes se autodeclaravam negros. Era um momento de ebulição na luta pelo acesso e democratização dos espaços de ensino dentro da Universidade.

Apesar de ter sido captado em 2015, Gabrielle só conseguiu finalizar a produção do filme em 2023, devido a questões pessoais. Apesar da lacuna temporal, a diretora defende que o curta faz um resgate histórico relevante, pois ainda conversa com o presente. Além da Mostra Ecofalante, As Placas São Invisíveis participou também da Mostra de Cinema de Tiradentes e do Festival É Tudo Verdade neste ano.

Serviço:
Mostra Ecofalante de Cinema

  • Amazônia, Arqueologia da Floresta: T2 EP1 – Terra Preta, de Tatiana Toffoli
    (Brasil, 2024, 55 minutos)

      • 07/08/2024 | 18:30 – Reserva Cultural, sala 2.
      Com debate com Eduardo Góes Neves, Betty Mindlin e Tatiana Toffoli
      • 13/08/2024 | 15:45
      Reserva Cultural, Sala 3
  • As Placas São Invisíveis, de Gabrielle Ferreira
    (Brasil, 2024, 24 minutos)

      • 08/08/2024 | 14:45
      Reserva Cultural, Sala 3

O Reserva Cultural fica na Av. Paulista, 900, Bela Vista, São Paulo.


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