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Os coletivos estudantis, Núcleo Ayé, coletivo antirracista, o Coletivo Feminista Geni e o Núcelo de Estudos em Gênero, Saúde e Sexualidade (NEGSS) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), e os Centros Acadêmicos XXI de Junho, da Faculdade de Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (FOFITO) junto ao Centro Acadêmico Oswaldo Cruz (CAOC), da FMUSP, estão promovendo a Quinta Semana da Diversidade. O evento acontecerá até o dia 21 de outubro.
A semana, que teve início no dia 17, será gratuita e direcionada à comunidade externa. Os encontros terão lugar em alguns auditórios da FMUSP e, além de haver alguns sorteios, dentre eles um Estetoscópio Spirit e roupas da coleção LGBTQIA+ do CAOC, haverá também emissão de certificado para quem comparecer. Para participar basta se inscrever no formulário disponibilizado pela organização.
Segundo os organizadores, o evento serve como um espaço de fala para minorias populacionais ao permitir compreender os desafios que há na saúde em incluir, combater o preconceito e estimular os estudos de suas demandas sanitárias.
Confira abaixo a programação da semana:
Dia 18 de Outubro
Realizado no Anfiteatro Nina Rodrigues do Instituto Oscar Freire da FMUSP, a partir das 12h30, a palestra se concentra em discutir a saúde da população em pessoas com deficiência (PCD’s). A conversa será mediada por Flavia Khun, médica residente em Medicina Física e Reabilitação na FMUSP, e Camila Ximenes, terapeuta ocupacional e doutora em Humanidades, Direitos e outras Legitimidades, ambos pela USP. Camila procurou compreender as desigualdades de acesso aos serviços de saúde no SUS, sobretudo aos PCD’s.
Dia 19 de Outubro
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Acontece no Anfiteatro Nina Rodrigues do Instituto Oscar Freire da FMUSP, a partir das 12h30, a palestra se concentra em discutir a saúde da população trans e travesti. Para este momento, estarão presentes Alexandre Sizilio, médico de família e comunidade e pesquisador do Centro de Desenvolvimento da Educação Médica da FMUSP e cofundador da ONG Casa Chama de apoio à população transexual e travesti. A presidente dessa organização, Matuzza Sankofa, também será uma das convidadas, juntamente com pessoas que compõem a Casa.
A atenção primária à saúde, à medicina de família e comunidade e a saúde coletiva são as áreas da medicina que tradicionalmente tratam dos temas de saúde das populações vulnerabilizadas. A saúde das populações subrepresentadas, para Sizilio, deveria estar no currículo de todas as áreas da Faculdade, de todos os departamentos. “Sem isso corremos o risco de achar que a população trans só tem infecções sexualmente transmissíveis ou desejam apenas hormonização. Temos que normatizar e discutir as demandas em saúde dessas populações em todas as áreas da medicina”, ele diz.
Ambos irão discutir a realidade das pessoas trans no cuidado da saúde no Brasil, sobretudo nos serviços públicos. Dentre os assuntos presentes, estarão a gestação de homens trans, saúde integral, saúde mental transmasculina ーpopulação, na qual mais de 80% já tentaram ou possuem ideações suicidas no Brasil ー e hormonioterapia.
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Já para Matuzza, falar de diversidade num evento como esse na Faculdade de Medicina da maior universidade do País é de enorme importância. Para ela, é preciso lembrar que a expectativa de vida da população trans é de 35 anos e que a grande maioria desta comunidade recorre como única possibilidade de trabalho a prostituição. “Nós somos excluídos dos processos de cuidado de saúde. É preciso que os profissionais de saúde se sensibilizem para além dos estigmas sociais que nos são impostos, e nos reconheçam quanto humanes, no Brasil, o país que mais mata pessoas trans no mundo”, ela reforça.
A Casa Chama é uma organização que atua nas demandas de pessoas trans no Brasil. Os organizadores da ONG relatam que é preciso promover cada vez mais eventos como este para que a Universidade se alie às demandas da sociedade civil, e não se restrinja somente às contribuições acadêmicas. Recentemente, a Casa se uniu à Prefeitura de Araraquara para abrir uma de acolhimento à comunidade LBTQIA+. Além disso, a organização tem se reunido com coletivos estudantis da USP desenvolvendo estratégias para que a Universidade adote o sistema de cotas para a comunidade trans.
Dia 20 de Outubro
Acontece no Anfiteatro Nina Rodrigues do Instituto Oscar Freire da FMUSP, a partir das 12h30, a palestra se concentra em discutir a saúde da população imigrante. A conversa será mediada por Wendy Ledix, originário do Haiti, mestre em saúde pública e doutorando do departamento de medicina preventiva da Faculdade. Ele tem desenvolvido estudos que relacionem a saúde dos trabalhadores imigrantes, sobretudo haitianos, à prevenção de doenças e riscos ocupacionais dessa população, que em grande parte é também refugiada.
Dia 21 de Outubro
Realizado no Anfiteatro Nina Rodrigues do Instituto Oscar Freire da FMUSP, a partir das 12h30, a palestra se concentra em discutir saúde e diversidade. Uma das proposta deste dia é apresentar formas ao promover a saúde de maneira inclusiva, como o preparo e atenção médica com grupos subrepresentados. A conversa será mediada por Gabriela Calazans, psicóloga social e médica do departamento de medicina preventiva da FMUSP. Junto a ela, Allan Gomes de Lorena, sanitarista e mestre em ciências da saúde na Faculdade, e Raquel Paula de Oliveira, enfermeira responsável pelo gerenciamento integrado em serviços de saúde com ênfase na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).
Para maiores informações, acesse:
@núcleoayé, @coletivo.geni, @negss.fmusp e imprensa@fm.usp.br