A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP recebe nesta sexta-feira, dia 7 de outubro, o antropólogo francês Cyril Menta, para uma palestra sobre os rituais indígenas pankararus em Pernambuco e São Paulo. O evento será realizado às 14h30, no auditório do Laboratório de Imagem e Som em Antropologia (Lisa).
Menta realizou sua primeira etnografia em 2009, com indígenas Pankararé, na Bahia, e já naquele contexto passou a compreender a importância dos rituais para as comunidades. A partir desse primeiro contato, o antropólogo se aprofundou no estudo das práticas de rituais por diferentes etnias indígenas.
Em 2014, o pesquisador se aproximou dos indígenas Pankararu, vizinhos e parentes dos Pankararé, e começou a se interessar pela circulação regional dos rituais entre variadas etnias indígenas. “Ao ir aos Pankararu, descobri que eles são o epicentro de uma vasta rede de transmissão de técnicas e práticas, como o ritual praiá (ritual de máscara), o ritual toré, ou mesmo as ‘mesas’ (rituais de cura)” afirma.
Atualmente, Menta é pós-doutorando no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social e realiza uma etnografia no contexto urbano, com indígenas Pankararu que migraram para São Paulo, no bairro Real Parque.
Promovida pelo Centro de Estudos Ameríndios (CEstA), a palestra discute a ampliação e circulação dos rituais pankararus, que têm se multiplicado, segundo o pesquisador. “Veremos ao longo desta apresentação que a circulação dos rituais em diferentes etnias indígenas, e o processo de migração para São Paulo, estão na origem dessa efervescência interna”, destaca.
O Centro de Estudos Ameríndios da USP
Evento na USP reúne lideranças que propõem “aldear” os espaços institucionais no Brasil
“Primavera Indígena”, organizada pelo Instituto de Psicologia da USP, reuniu lideranças que utilizaram suas vivências para debater saúde mental, vestibular indígena e participação política
Leia também:
O CEstA é um Núcleo de Apoio à Pesquisa, vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa da USP, que tem como objetivo produzir, aprofundar, sistematizar e divulgar conhecimentos sobre os povos indígenas das Américas. Sua equipe é composta de pesquisadores de diferentes áreas, contando com especialistas reconhecidos no Brasil e no exterior, vinculados à FFLCH, Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE), Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) e Instituto de Matemática e Estatística (IME).
A proposta do CEstA é a de instaurar um diálogo interdisciplinar a respeito de questões pertinentes ao conhecimento dos povos ameríndios, contribuindo para uma reflexão pluridimensional sobre o tema. Além disso, o centro tem como uma de suas metas embasar a produção de subsídios para debates em torno de políticas públicas referentes a tais populações, sobretudo aquelas que se encontram em território brasileiro.
O CEstA também tem a missão de divulgar esta reflexão no âmbito acadêmico, principalmente através de eventos (seminários, simpósios, palestras, entre outros) e publicações (revista eletrônica, boletim, site e coletâneas).