Cofundadora do movimento Mães de Manguinhos participa de debate sobre violência policial
Núcleo de Estudos da Violência da USP realiza nesta quinta-feira o oitavo encontro de ciclo de seminários que já debateu encarceramento e letalidade policial
Nesta quinta-feira (10), o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP recebe Ana Paula Gomes de Oliveira, cofundadora e coordenadora do Movimento Mães de Manguinhos, para uma roda de conversa em formato on-line. O bate-papo começa às 14 horas, com transmissão pelo canal do NEV no YouTube. Haverá emissão de certificados.
Em roda de conversa promovida pelo Núcleo de Estudos da Violência da USP, ativistas criticaram a ausência de políticas de apoio aos ex-detentos e denunciaram o racismo estrutural do sistema prisional
Ana Paula é formada em pedagogia, defensora dos direitos humanos e integrante do Fórum Social Manguinhos. Junto com Fátima Pinho, criou o Mães de Manguinhos em resposta ao aumento da violência policial no Rio de Janeiro durante a realização da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016. Tanto Ana Paula quanto Fátima são familiares de vítimas da letalidade policial. Seus filhos Johnatha de Oliveira Lima e Paulo Roberto Pinho de Menezes, ambos com 19 anos, foram assassinados por agentes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) de Manguinhos. Hoje, as duas lutam para denunciar ativamente o genocídio do povo negro, em especial da juventude.
O movimento também mantém uma parceria com o Núcleo de Atenção Psicossocial a Afetados pela Violência do Estado (Napave), que se dedica ao acolhimento de mulheres, especialmente mães e familiares de vítimas de violência por meio de ações de apoio.
O encontro desta quinta-feira é o oitavo do ciclo de seminários Violência Policial na Contemporaneidade: discussões sobre memórias e percepções sobre o luto e a confiança no Estado, organizado pelas pesquisadoras Veridiana Domingos Cordeiro e Bruna Ferrari. O próximo encontro será no dia 24 de outubro e abordará A Maternidade como Resistência à Violência de Estado, com participação de Vinícius Santiago, pesquisador da Universidade de Brasília (UnB).
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