Xilogravuras retratam os biomas do Brasil

Obras da artista plástica Natália Bispo ficam em cartaz até esta quinta-feira, dia 30, no Centro Cultural da USP, em Bauru

 27/11/2023 - Publicado há 8 meses
Xilogravuras de Natália Bispo sobre tecido - Foto: Giane Quintela/Centro Cultural da USP

A exposição de xilogravuras Biomas do Brasil – Transparências e Opacidades pode ser vista no Centro Cultural da USP até esta quinta-feira, dia 30. A mostra é da artista plástica Natália Bispo, com curadoria da artista e da produtora cultural Ana Maria Barbosa Machado.

A exposição exibe 12 quadros de xilogravuras e 12 impressões de xilogravuras em tecido. Trata-se de uma série pensada a partir das relações com a natureza e como podemos ter diferentes perspectivas sobre um mesmo tema ou figura, que nesta exposição se encontram em dois suportes diferentes: tecido e papel.

O título da exposição é um desdobramento da visualidade da série Biomas do Brasil, que foi pensada a partir da relação da artista com a natureza, por ser uma temática recorrente em seus trabalhos.

“Como é um assunto que discute as relações com o ambiente e os seres que o habitam, retratar esses animais vai ao encontro de uma abordagem de contemplação de nossas riquezas naturais e identitárias, bem como a necessidade de considerar uma convivência de mais respeito e equidade”, segundo Natália Bispo.

Transparências e Opacidades vem dar significado a diferentes formas de olhar para o mesmo trabalho. A transparência dos vidros das gravuras emolduradas nos dá uma visão do trabalho, sendo uma maneira tradicional de exposição. Já o papel no qual a gravura está impressa revela a sua opacidade, em que não é possível ver além do papel. Os tecidos translúcidos ficam distribuídos de forma mais próxima do observador, ganhando movimento e transparecendo o que está por trás desse tecido”, explica a artista.

A artista Natália Bispo no Centro Cultural da USP, em Bauru - Foto: Giane Quintela/Centro Cultural da USP

A artista e a xilogravura

A xilogravura a princípio é uma técnica milenar de reprodução de imagem ou texto. De forma simplificada, xilogravura é uma espécie de “carimbo” feito de madeira, em que, ao entalhar a matriz (chapa de madeira) com as goivas (ferramentas utilizadas para gravar madeira ou outros materiais), se realiza uma imagem reprodutível.

Xilo significa “madeira” e gravura significa “gravar”. É uma técnica milenar de reprodução da imagem, que no período do movimento expressionista na arte se tornou uma linguagem de expressão, compondo uma das linguagens das ditas artes gráficas.

Natália Bispo tem Licenciatura em Artes Visuais, concluída em 2013, e é pós-graduada em Arte-Educação. Ela tem mais experiências no âmbito da arte-educação, e recentemente conseguiu explorar mais possibilidades como artista visual independente. Realizou projetos culturais com idosos e adolescentes e dessa forma tem trabalhado dentro das artes visuais.

É a primeira vez que expõe seus trabalhos no Centro Cultural da USP, em Bauru. A artista gosta da linguagem do desenho, vídeo, aquarela e pintura. Trabalha com a xilo desde quando a conheceu na universidade, e desde 2012 vem pesquisando essa linguagem e desenvolvendo a técnica. Através dela aplica oficinas, vivências e arte-educação.

A artista ressalta a importância que a atividade artística tem em sua vida. “A arte foi caminho de transformações para mim. Através dela descubro fatos sobre minha pessoa, me sensibilizo e desenvolvo a imaginação”, diz a artista. “Vejo que a atividade artística move muitas perguntas e cria diferentes respostas, que muitas vezes ficam em aberto. Portanto, ela representa parte de quem me tornei hoje, é minha profissão e levo esse olhar para todos os lugares em que passo. A arte me dá sentido de vida e por isso sinto desejo de compartilhar essas experiências com as pessoas.”

A exposição de xilogravuras Biomas do Brasil – Transparências e Opacidades, de Natália Bispo, fica em cartaz até esta quinta-feira, dia 30, das 8 às 17 horas, no Centro Cultural do campus da USP em Bauru (Alameda Dr. Octávio Pinheiro Brisolla, 9-75, Cidade Universitária, em Bauru). Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (14) 3235-8394.

Marianne Ramalho, de Bauru


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