De origem etrusca, o poeta Aulo Pérsio Flaco (34-62 depois de Cristo) ficou órfão e foi enviado ainda na adolescência para Roma. Ali ele entrou em contato com o filósofo Lucio Aneu Connuto, com quem assimilou a filosofia estoica que se tornou o fundamento de sua poesia. Essa poesia está registrada no único livro legado pelo poeta, Sátiras, que contém um poema introdutório e seis sátiras. Nelas, o poeta aborda de maneira crítica e irônica o comportamento de seus contemporâneos em relação aos deuses, a si mesmos e à coisa pública.
Essas informações são dadas no mais recente vídeo da série Estudos Clássicos em Dia, produzida pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Com quase 24 minutos de duração, o vídeo – intitulado As Sátiras de Pérsio – tem a participação do professor Fábio Cairolli, que leciona Língua e Literatura Latina na Universidade Federal Fluminense (UFF). Graduado, mestre e doutor em Letras pela USP, Cairolli discorre sobre a vida e a obra de Pérsio, enfatizando diferentes aspectos da sua poesia, além da trajetória e da recepção das Sátiras.
De acordo com Cairolli, Pérsio elaborou uma sátira que se contrapõe a dois modelos de poesia satírica predominantes em sua época: a praticada por Caio Lucílio (180-102 a.C.) – que ataca diretamente as pessoas citadas – e a consagrada por Horácio (65-8 a.C.) – mais refinada, que evita o confronto direto. “Pérsio quer fazer uma sátira que se espelha amplamente tanto em Lucílio como em Horário, propondo um modelo que pode ser até considerado um modelo terceiro”, diz o professor no vídeo.
Assista neste link ao vídeo As Sátiras de Pérsio, com o professor Fábio Cairolli.