A antropóloga e professora da USP Lilia Moritz Schwarcz é a curadora da exposição Andar pelas Bordas: Bordado e Gênero como Práticas de Cuidado, em cartaz até 21 de outubro na Arte132 Galeria (Avenida Juriti, 132, Moema, em São Paulo). A mostra reúne 53 trabalhos de 47 artistas mulheres, sendo seis coletivos de bordadeiras, de várias regiões do Brasil. Nela, são apresentadas obras com a técnica do bordado criadas por artistas de diferentes gerações, etnias e regiões. Lilia falou à Rádio USP sobre a exposição (ouça no link abaixo).
Segundo Lilia Schwarcz, a exposição busca romper com definições estabelecidas na história das artes e retomar o tema do gênero, associando o trabalho das mulheres ao bordado de forma não convencional. Para Lilia, “o bordado serve ao afeto, à estética, como se presta ao campo das reivindicações políticas e sociais por direitos”.
A curadoria selecionou artistas de diferentes contextos, gerações, raças e regiões para mostrar a importância do bordado na história da arte brasileira. Entre os trabalhos, estão desde uma tapeçaria feita pela carioca Madalena dos Santos Reinbolt (1919-1977), artista negra que ganhou recentemente importante retrospectiva no Museu de Arte Assis Chateaubriand (Masp), em 2022, a uma obra da série Livro/Objetos (Ponto a Ponto) da veterana Anna Maria Maiolino, bem como trabalhos de artistas mais jovens como Vivian Caccuri e Rebeca Carapiá.
Ouça no link abaixo o boletim Dica Cultural, da Rádio USP (93,7 MHz), com entrevista com a professora Lilia Moritz Schwarcz sobre a exposição Andar pelas Bordas: Bordado e Gênero como Práticas de Cuidado. A produção e a apresentação são da jornalista Heloisa Granito.