![A Dança como Cinema - Foto: Divulgação/Cinusp](https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/20160815_01_dançacomocinema.jpg)
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O Cinema da USP Paulo Emílio (Cinusp) inicia a partir de 15 de agosto a mostra A Dança como Cinema, em que serão exibidas mais de 50 produções raras que relacionam essas duas artes. O evento incluirá debates com diretores das obras e pesquisadores do tema. O projeto partiu de uma pesquisa do professor Cristian Borges, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, que participa da curadoria da mostra, em parceria com Xavier Baert, da Cinemateca da Dança do Centre National de la Danse de Paris, e os programadores do Cinusp Ayume Oliveira e Pedro Nishiyama.
Nishiyama explica que a pesquisa do professor analisa filmes que abordam a dança e representam danças que só poderiam ser vistas através do cinema. “Nossa proposta é apresentar esses filmes, nos quais o espectador verá danças, movimentos e corpos de uma maneira que não seria possível ao vivo, mas somente na tela, através do cinema”, diz.
![Belezas em revista - Foto: Divulgação/Cinusp](https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/20160815_02_-belezasemrevista_.jpg)
Grande parte das obras na programação é inédita no Brasil e consiste, em sua maioria, de curtas-metragens, com apenas dois longas, o americano Belezas em Revista e o chinês O Grande Mestre, mais recente trabalho do diretor Kar Wai Wong.
Os filmes serão divididos em sessões dedicadas a autores e autoras específicos (reunindo várias obras de um mesmo autor) e sessões temáticas, nas quais filmes de diferentes diretores são reunidos pela temática em comum.
Nas sessões autorais, Pedro Nishiyama destaca especialmente o programa dedicado à brasileira Analivia Cordeiro, “uma pioneira na videoarte e na videodança no País, isto é, em fazer essa relação entre dança e cinema, introduzindo técnicas de computação, dando uma identidade muito peculiar à sua obra”. Esse programa consiste em seis obras da bailarina e videoartista, do início de sua carreira até produções mais recentes. Após a exibição das 19h horas do dia 17, no Cinusp Paulo Emílio, Analivia participará de um debate no qual falará sobre sua carreira, as obras exibidas e o tema da mostra, com mediação da coreógrafa Lali Krotoszinsky.
Outros destaques são os programas sobre o canadense Norman McLaren e a diretora de cinema experimental americano Maya Deren, classificados por Nishiyama como nomes de peso, além dos brasileiros José Agrippino e Maria Esther, que trabalharam em conjunto nas obras Maria Esther: Danças na África e Céu sobre Água.
![Primeiros Passos - Foto: Divulgação/Cinusp](https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/20160815_04_primeirospassos_.jpg)
Os pontos altos colocados por Nishiyama para as sessões temáticas são os programas Primeiros Passos, com obras que mostram como desde os primórdios do cinema essa arte já se relacionava com a dança, abordando o movimento dos corpos de maneira peculiar; Corpos e Imagens, com o filme Merce by Merce by Paik, considerado pelo programador um dos mais importantes da mostra por seu experimentalismo, com técnicas de cena, dança, computação e chroma key; e Diretoras e Coreógrafas, reunindo obras dirigidas e coreografadas por mulheres.
Há também os programas Corpos Animados, que traz reflexões sobre o uso da animação para fazer a relação entre imagem e corpo, e Danças Visionárias, com filmes voltados a danças étnicas e ritualísticas, como o francês Tutuguri, filmado entre índios do México, e o brasileiro Xapiri, sobre os índios ianomâmis. Esse programa também será tema de debate, mediado pelo cocurador da mostra Xavier Baert e com presença da antropóloga Regina Muller, falando sobre esse tipo de filme ritualístico, no dia 24 de agosto, às 19h, no Cinusp Paulo Emílio.
![Programa Maya Deren - Foto: Divulgação/Cinusp](https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/20160815_03_programamayaderen_.jpg)
Nishiyama diz que a ideia da mostra é também relacionar os diferentes tipos de programas, por exemplo, o dedicado a Maya Deren e o programa Diretoras e Coreógrafas, numa mesma sessão. “Esses dois programas conversam muito, pois Deren tem grande importância para pontuar a produção das mulheres no cinema.”
Além dos debates sobre a obra de Analivia Cordeiro e sobre os filmes de danças ritualísticas, haverá também um debate no dia 16, às 19h, no Cinusp Paulo Emílio, com o professor Cristian Borges, sobre o tema Cinema e corpo. “Embora não esteja diretamente relacionado ao tema da dança, a discussão é muito apropriada para a mostra por tratar do trabalho dos corpos no cinema”, diz Nishiyama.
No dia 25, às 19h30, ocorre na Sala USP Maria Antonia, no Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma) da USP, o debate Perspectivas da Dança como Cinema. “É uma novidade fazermos debates no Maria Antonia durante a semana, mas vai ser muito legal, porque se falará bastante das reflexões propostas pela mostra”, explica o programador. Esse debate terá a presença também do professor Borges e de Inês Borgéa, bailarina e diretora da São Paulo Companhia de Dança.
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A mostra A Dança como Cinema será apresentada de 15 a 28 de agosto e nos dias 3 a 4 de setembro em três sessões, às 16h, 17h30 e 19h, no Cinusp Paulo Emílio da USP (rua do Anfiteatro, 181, Favo 4 das Colmeias, na Cidade Universitária, em São Paulo) e na Sala USP Maria Antonia do Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma) da USP (rua Maria Antonia, 294, Vila Buarque, São Paulo). Entrada grátis. Mais informações e a programação completa do evento podem ser obtidas pelo telefone (11) 3091-3540 e na página eletrônica do Cinusp (www.usp.br/cinusp).
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