Uma pesquisa realizada no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) de São Carlos, em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP, aponta possíveis relações entre a infraestrutura urbana e a segurança nos arredores das escolas paulistanas. Estão sendo estudadas todas as unidades de ensino da Grande São Paulo, municipais, estaduais ou federais.
O Jornal da USP no Ar conversou com Luis Gustavo Nonato, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo. Ele explica que a iniciativa surgiu por sugestão do NEV, com o intuito de analisar como fatores externos, a infraestrutura urbana, por exemplo, podem ter impactos dentro das escolas. Atualmente, eles estudam o índice de criminalidade e o número de homicídios, “aplicando uma metodologia bastante versátil, de modo que podemos aplicá-la para associar diferentes fenômenos e sua relação com locais da cidade”, explica o pesquisador.
O estudo ainda está sendo desenvolvido, e o objetivo é coletar mais informações que possam comprovar efeitos causais, além das hipóteses já levantadas pela pesquisa até agora. Uma das correlações apontadas é a quantidade de pontos de ônibus ao redor das escolas, de acordo com Nonato. “Uma das nossas observações é que a quantidade de pontos de ônibus em torno da escola tem uma relação com o aumento da criminalidade nesses locais, provavelmente por conta da maior veiculação de pessoas. No entanto, ainda podem haver outras variáveis, e por isso estamos buscando agora informações e estatísticas internas das escolas para conseguir comprovar nossa hipótese ou colocá-la sob outra perspectiva”, conta ele.
O principal objetivo da pesquisa é orientar políticas públicas de educação e segurança. Por meio de um convênio com a Prefeitura de São Carlos, os pesquisadores têm acesso a bancos de dados importantes para análise dos fenômenos apontados. Como a metodologia é versátil, há inclusive a possibilidade de usá-la para estudar a relação desses fatores externos nos arredores das escolas com a velocidade de disseminação de doenças, como a covid-19.
Saiba mais ouvindo a entrevista na íntegra.
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