Em época de pandemia da covid-19, uma boa notícia chama a atenção, mas em relação a outra doença, a tuberculose. Na última década, o Brasil reduziu em 8% o número de mortes por tuberculose, segundo o Ministério da Saúde. Apesar da redução, o País ainda registra 200 novos casos da doença por dia. No ano passado, foram quase 74 mil casos novos.
O assunto ganhou destaque no dia 24 de março, Dia Mundial de Combate à Tuberculose, já que a incidência da doença é grave e põe a tuberculose entre as dez principais causas de morte no mundo: são 10 milhões de casos por ano e mais de 1 milhão de óbitos.
Apesar de ter cura, no Brasil o abandono do tratamento é o principal motivo para a tuberculose ainda continuar fazendo vítimas fatais. O professor Valdes Bollela, da Divisão de Moléstias Infecciosas e Tropicais do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, analisa os dados divulgados pelo Ministério da Saúde sobre a redução do número de mortes no País e adianta “esse não é um fenômeno exclusivamente brasileiro”.
Entre outros fatores que explicam a boa notícia é que estratégias de saúde vêm garantindo tratamento supervisionado a esses doentes há 15 anos. Bollela conta que o sistema de saúde oferece uma atenção cada vez mais próxima, usando tecnologias quando possível para monitorar os pacientes com tuberculose.
Mesmo assim, explica o médico, os pacientes abandonam o tratamento e se tornam transmissores da doença. O abandono, segundo ele, se dá devido ao tratamento prolongado, que se vale de quatro medicamentos. O professor fala também sobre as causas da doença e das prevenções.
Ouça a entrevista no link acima.