Nova mostra do Cinusp tem como tema Gatos, Gatinhos e Gatões

Os felinos invadiram a tela do Cinema da USP em uma reflexão sobre a figura do gato nas produções

 Publicado: 04/06/2024
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Existe um animal que representa, ao mesmo tempo, azar e sorte, amado por uns e odiado por outros. São seres místicos, que caem sempre de pé, e têm sete vidas – paralelamente, sentam no sofá de suas casas e miam pedindo leite. Se já não é fácil fazer um gato te obedecer, imagine atuar!

Seja como objeto central dos conflitos, seja como protagonista das histórias, e refletindo sobre a representação dessa polarizante figura do gato no cinema, até 16 de junho o Cinusp apresenta a mostra Gatos, Gatinhos e Gatões.

Levada da Breca, a comédia protagonizada por Katharine Hepburn e Cary Grant subverte a ideia do instinto selvagem dos felinos ao convencer o espectador que o filhote de leopardo Baby é tão inofensivo quanto um gatinho de Aristogatas. Na animação de 1970, acompanhamos a trajetória de Duquesa e seus três filhotes, dentre eles a famosa gatinha Marie, ao serem sequestrados de sua casa pelo mordomo.

No recorte do cinema nacional, dois filmes que tratam da marginalização nos centros urbanos brasileiros usando os felinos como marcadores de classe. O Gato de Madame, estrelado por Amácio Mazzaropi, se inclui no rol das comédias brasileiras dos anos 1950, enquanto Couro de Gato é um dos primeiros passos em direção ao Cinema Novo.

Algumas histórias só poderiam acontecer com a presença do gato. Com o roteiro com inspirações na obra de Edgar Allan Poe, O Gato Negro, do italiano Lucio Fulci, explora a superstição sobre o gato preto enquanto presságio de azar. Em Sangue de Pantera, de Jacques Tourneur, a protagonista acredita ser descendente de uma tribo cujos integrantes transformam-se em panteras negras. Na mesma sessão teremos o curta-metragem iraniano A Gatinha, de Shiva Sadegh Assadi, que retrata em animação e pintura a transformação de uma garota em gato.

Felizmente a má fama dos gatos não é unânime em todas as culturas. No longa japonês Cats on Park Avenue, de Shinichi Nakada, os gatos são retratados como musa inspiradora que estimula a criação de um musical.

Caminhando para a sombra do horror, apresentamos O Gatofilme de Hong Kong que possui aspectos surrealistas e subverte a ideia do gato preto enquanto sinônimo de azar; aqui é ele quem ajuda na luta contra o mal.

A mostra não estaria completa sem os gatos como personagens principais. Em Um Dia, Um Gato, do diretor tcheco Vojtěch Jasný, acompanhamos um gato com poderes de revelar os verdadeiros desejos de todas as pessoas para quem olha. Gato de Botas 2: O Último Pedido, animação de 2022, traz a aventura do icônico gatinho desiludido ao estar no final de sua sétima vida. Em uma outra jornada de autoconhecimento, Viagem Noturna no Trem da Via Láctea, de Gisaburō Sugii, segue a história de Giovanni, um gatinho de vida difícil.

Serviço

A mostra Gatos, Gatinhos e Gatões pode ser conferida até o dia 16 de junho.

Os filmes são exibidos todos os dias da semana, às 16 e 19 horas, na sala do Cinusp no Centro Cultural Camargo Guarnieri (Rua do Anfiteatro, 181, Cidade Universitária). Aos sábados e domingos, a sessões dessa mostra ocorrem às 16 horas na sala do Cinusp no Centro MariAntonia da USP (rua Maria Antonia, 194, Vila Buarque).

A entrada é grátis. A programação completa e mais informações estão disponíveis no site do Cinusp.


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