Usina de dessalinização como opção para enfrentar a escassez de água

José Carlos Mierzwa explica como o processo de dessalinização pode ajudar na escassez de água em períodos críticos, como o do aumento da população em temporadas

 28/05/2024 - Publicado há 6 meses
Por
Usina de dessalinização em Ras Al Khaimah, Emirados Árabes Unidos. A construção de uma usina desse tipo é a solução para locais que não comportam um reservatório – Foto: Octal/Flickr/CC BY 2.0
Logo da Rádio USP

Sabe como se dá o processo de transformar água salgada em água potável? Você já ouviu falar desse procedimento, a que se dá o nome de dessalinização? Uma usina cujo objetivo será o de executar essa tarefa será construída no Litoral Norte e deverá atender 8 mil pessoas em 19 ilhas, na região de Ilhabela, para tratar algo crônico: a falta de água em cidades do litoral paulista, no período de temporada, quando aumenta significativamente o número de turistas nos municípios litorâneos. Além de esgoto tratado, é importante que exista água potável para atender o incremento da população em períodos específicos do ano. 

José Carlos Mierzwa – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

O professor José Carlos Mierzwa, do Departamento de Engenharia Hidráulica Ambiental da Escola Politécnica da USP, especialista em tratamento de água e desenvolvimento de tecnologia de separação por membranas, explica que o problema é antigo e a dessalinização pode ajudar na oferta de água na região. 

A ideia da construção de uma usina de dessalinização na região de Ilhabela, no Litoral Norte do Estado, é a solução para locais que não comportam um reservatório. O professor da USP explica como funciona esse processo de utilizar a água do mar para transformar em água doce e potável e informa que a primeira unidade de dessalinização foi construída no Brasil em Fernando de Noronha, uma ilha no litoral nordestino que também enfrentava escassez de água. O assunto vem sendo discutido e estudado no País desde a década de 1970. 

Primeira no Estado

Será a primeira usina de dessalinização do Estado de São Paulo. A construção desse tipo de unidade pode ser a solução para a escassez hídrica que tem sido um desafio nos grandes centros urbanos. O Litoral Norte é uma área de preservação ambiental, por isso existe a preocupação com o meio ambiente e o engenheiro da Poli/USP tranquiliza a população. 

Quando se pensa em custo, a tecnologia de engenharia utilizada já está bem mais acessível à população. A pergunta que se deve fazer é quanto custa não ter água? Outro ponto positivo destacado por Mierzwa é a qualidade da água, que não deixa nada a desejar para uma água de reservatório. 

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), até 2050 estima-se que a população mundial deva chegar a 9,5 bilhões de pessoas. Já em 2025, a escassez absoluta de água tende a atingir cerca de 2 bilhões de habitantes do planeta. Apesar do recurso natural ser encontrado em abundância, apenas 2,5% do volume total do líquido é doce. 


Jornal da USP no Ar 
Jornal da USP no Ar no ar veiculado pela Rede USP de Rádio, de segunda a sexta-feira: 1ª edição das 7h30 às 9h, com apresentação de Roxane Ré, e demais edições às 14h, 15h, 16h40 e às 18h. Em Ribeirão Preto, a edição regional vai ao ar das 12 às 12h30, com apresentação de Mel Vieira e Ferraz Junior. Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93.7, em Ribeirão Preto FM 107.9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo do Jornal da USP no celular. 

 


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.