Projeto Sirius terá impacto na ciência e na economia brasileira

Fonte de luz síncrotron de quarta geração, o Sirius pode ser utilizado para resolver problemas em pesquisas de qualquer área

 19/11/2018 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 22/11/2018 às 10:30
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Presente na ciência brasileira há 30 anos, o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) possibilitou um grande avanço nas pesquisas ao permitir o estudo de materiais em escala nanométrica. Agora, ele se prepara para a inauguração do Sirius, uma fonte de luz síncrotron de quarta geração, que vai trazer um ganho ainda maior não apenas em termos científicos, mas até mesmo pensando-se na economia do País. Para falar sobre os avanços trazidos pelo laboratório e as perspectivas do Sirius, o USP Analisa desta semana traz o físico Antonio José Roque da Silva, diretor do Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM), órgão ao qual está ligado o LNLS.

Ele explica que a luz síncrotron é gerada por partículas de raio X aceleradas à velocidade da luz em um circuito com curvas. Como o raio X tem a capacidade de penetrar os materiais, é possível, por meio desse tipo de radiação, “enxergar” os átomos que os compõem e de que forma eles estão organizados. “Praticamente qualquer problema que você imaginar, de qualquer área, pode ser mapeado para questões ligadas à sua estrutura atômica, sua organização na nanoescala”, diz Roque.

O físico cita como exemplos pesquisas ligadas ao setor de óleo e gás importantes para tornar o processo de extração mais efetivo. “Quando você fura um poço, em geral 30% a 40% do óleo sai nessa primeira retirada. Depois, é preciso injetar algum tipo de material para extrair aquele óleo que não saiu. O entendimento de por que esse óleo não saiu ou como tirar essa recuperação mais facilmente depende de entender a interação das moléculas que compõem o petróleo com a superfície dos poros, pois a rocha é um material poroso. O síncrotron permite fazer uma tomografia nas mesmas condições de temperatura e pressão do pré-sal para acompanhar esse processo de retirada do óleo e ver como ele interage com os poros”, explica.

O USP Analisa é uma produção conjunta da Rádio USP Ribeirão Preto (107,9 MHz) e do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP.

Ouça a entrevista na íntegra no link acima.


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