Projeto Lean reduz filas nos hospitais, mas contingente posterior deve ser analisado

Especialistas da FSP acreditam que pacientes com casos simples também merecem atenção do sistema de saúde

 11/10/2019 - Publicado há 4 anos
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Um projeto realizado em parceria entre o Ministério da Saúde e o Hospital Sírio-Libanês promete reduzir as filas de espera nos hospitais brasileiros. É o chamado Projeto Lean, que já completa dois anos de existência, realizando nesse período de tempo, de acordo com a Agência Saúde, a redução de cerca de dois dias de internação e quase quatro horas do tempo de espera nos pronto-socorros.

Até agora, foram 20 hospitais que participaram do projeto. Ele conta com duas etapas, que envolvem a detecção das causas para os atrasos nas filas, a capacitação dos profissionais e o monitoramento posterior dos capacitados pela equipe do Hospital Sírio-Libanês. O Ministério da Saúde prevê que, até 2020, cem hospitais participarão do Projeto Lean.

Mas quais são as aplicações reais desse projeto para o sistema de saúde brasileiro? O diretor da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, Oswaldo Yoshimi Tanaka, responde a essa questão e dá sua opinião sobre o Projeto Lean. Tanaka, assim como Marília Louvison, professora do Departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, e também entrevistada, acredita que o contingente que sobra dessa operação também precisa de atenção.

Eles afirmam que pacientes com casos mais simples não têm outra alternativa a não ser solicitar atendimento dos hospitais, aumentando as filas de espera. Os especialistas acreditam que isso não seja por falta de informação por parte dos pacientes, mas sim porque o sistema de saúde brasileiro possui falhas estruturais que negligenciam essas pessoas que usam os hospitais públicos.

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